Durante a minha infância, desde que nasci até aos 10 anos, vivi sempre perto do Parque Eduardo VII, a cerca de 10 minutos de distância.
Era o «nosso parque», meu e dos meus dois irmãos.
Éramos uns felizardos por termos um jardim tão grande e bonito para corrermos, saltarmos e brincarmos, por vezes com outras crianças que encontrávamos lá.
Havia muitas árvores, uma delas logo na entrada do caminho que tomávamos, a que eu conseguia subir, pondo os pés em troncos que me serviam de apoio.
Havia um lago lindo com cisnes brancos e comedouros com cereais para eles comerem (agora já nem água tem).
Havia uma esplanada à beira do lago, com chapéus de sol, sempre com muitos clientes. Agora foi substituído por um restaurante para gente «fina» e sem esplanada, onde não se pode apanhar nem sol nem ar puro.
Havia muitos bancos de jardim, para se poder onversar, conviver e observar a natureza (as aves, as rosas, a relva com as suas florzinhas, as árvores...).
E havia ainda as estátuas, tantas coisas belas...
Eu era minúscula, talvez como a polegarzinha, mas feliz no Parque Eduardo VII.
Polegarzinha , minúscula menina
Flautista ,com tua flauta mágica
Povoem de novo meus pensamentos
E ponham-me mais uma vez a sonhar
Com as terras da minha infância
Com os tempos do meu parque
Onde os pássaros eram pássaros
Os cisnes nadavam nos lagos
E eu era apenas uma criança.
Maria Isabel