Uma bola de verdura
Não dá para jogar
Mas é muito melhor
Porque dá para olhar
E para os pássaros
Esconderem os seus ninhos.
A garra que lança poderosa
Os seus múltiplos dedos
Em direção aos céus
Como quem assusta os medos.
Requiem para uma árvore
Aqui jaz tristemente abandonada
A árvore maior, a mãe natureza
Que a tanta mudança assistiu
Os tempos passaram
As secas, as lutas, as ceifas
Até que a subida das águas desejadas
Do lago imenso a mataram.
Pequena, bonita e colorida
Longas câmpanulas lilases
E no entanto
Destilam um veneno mortal
Mistério deste mundo vegetal.
Alguém neste banco irá sentar-se
Não se sabe quem
Para simplesmente descansar
Dormir ou até sonhar
Na sua sombra refrescante
Em devaneios do além.