O Vendedor de Passados
O Vendedor de Passados é um romance de José Eduardo Agualusa.
Este livro conta a história de um vendedor de ilusões. O personagem principal é Felix Ventura, um albino que tem a curiosa profissão de preparar e vender árvores genealógicas.
Apresenta-se-nos deste modo um enredo cheio de curiosidades mirabolantes, que têm o condão mágico de prender constantemente o leitor.
Os clientes de Félix Ventura são prósperos empresários, políticos, generais, isto é, a burguesia angolana, têm o seu futuro assegurado mas, porém, falta-lhes um bom e representativo passado.
Até que um dia lhe aparece em casa um estrangeiro que precisa de uma nova identidade, uma identidade angolana.
Este é o «sonho» de muito boa (ou má) gente, certamente, e só um escritor com muita criatividade e sabedoria consegue urdir uma história como esta, tanto pela sua originalidade (apresentando uma osga - esse pobre bicho de que tanta gente tem nojo - como narrador), como pela sua perícia em fazer reflectir sobre a realidade humana angolana (e universal).
O Vendedor de Passados de José Eduardo Agualusa é a partir de agora recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura pelo Plano Nacional de Leitura.
Um ótimo livro que os alunos do Ensino Secundário irão ler com agrado certamente, devido à sua escrita satírica e divertida.
Lembro-me de um quintal estreito, de um poço, de uma tartaruga dormindo na lama.
O Vendedor de Passados de José Eduardo Agualusa é a partir de agora recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura pelo Plano Nacional de Leitura.
Um ótimo livro que os alunos do Ensino Secundário irão ler com agrado certamente, devido à sua escrita satírica e divertida.
Lembro-me de um quintal estreito, de um poço, de uma tartaruga dormindo na lama.
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A minha mãe estava sempre ao meu lado, uma mulher frágil e feroz, ensinando-me a recear o mundo e os seus perigos inumeráveis.
«A realidade é dolorosa e imperfeita», dizia-me, «é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Quando algo nos parece muito belo pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos a certeza de que não estamos a sonhar - se doer é porque não estamos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhe os livros.»
Entre a vida e os livros in O Vendedor de passados de José Eduardo Agualusa