A Primavera começou há poucos dias, o sol tem brilhado intensamente e as pessoas sentem-se renovadas com esta dádiva do tempo, despindo as pesadas roupas de inverno, aproveitando a vida com a alegria das crianças quando se apanham à solta nos jardins ou nas praias.
A seca só perturba os agricultores, todos concordam que a chuva faz falta mas...ela virá em Abril, como diz o ditado popular.
Tempo de lembrar este maravilhoso poema de Daniel Filipe (Daniel Damásio Ascensão Filipe) que nasceu na ilha da Boavista, Cabo Verde, morrendo novo em 1964.
Estreou-se em livro no ano de 1949 com Missiva. A sua obra mais conhecida é porventura A invenção do Amor e Outros Poemas, publicada em 1961, após a edição de uma novela, O manuscrito na garrafa.
Ganhou o Prémio Camilo Pessanha, pelo livro a Ilha e a solidão (escrito sob o pseudónimo de Raymundo Soares), no ano de 1956. Trabalhou na extinta Agência-Geral do Ultramar e na área jornalística.
Grande parte da poesia de Daniel Filipe destaca-se pelo combate ideológico e pelo comprometimento social, o que lhe valeu o estigma de poeta neo-realista.
Morreu novo, em 1964, mas deixou uma obra consistente marcada pelos sentimentos de solidão e exílio.
Aqui podemos ouvir «A Invenção do Amor» dito pelo próprio poeta.
https://www.youtube.com/watch?v=neOuJbHaCnw