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terça-feira, 4 de agosto de 2020

«A figueira» de Eugénio de Andrade




Para todos os que gostam de poemas e de figos a acompanhar, aqui fica mais este poema de Eugénio de Andrade.


A Figueira

Este poema começa no verão,
os ramos da figueira a rasar
a terra convidavam a estender-me
à sua sombra. Nela
me refugiava como num rio.
A mãe ralhava: A sombra
da figueira é maligna, dizia.
Eu não acreditava, bem sabia
como cintilavam maduros e abertos
seus frutos aos dentes matinais.
Ali esperei por essas coisas
reservadas aos sonhos. Uma flauta
longínqua tocava numa écloga
apenas lida...


Eugénio de Andrade


Uma pequena figueira na Portela
As figueiras do Carvalhal do Pombo (famosos figos secos de Torres Novas)