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sexta-feira, 3 de maio de 2013

«O ano sabático» de João Tordo





João Tordo é dos novos escritores portugueses o meu preferido, como já disse aqui, a propósito de outras obras dele.
Li o seu último romance, O Ano Sabático, e concordo plenamente com as ótimas críticas que tem recebido.
António-Pedro Vasconcelos, escreveu no Sol: Um enorme romancista que nos redime do horror, como os grandes mestres, pela força misteriosa da escrita.
Este é um romance que se lê duma penada, que cativa o interesse do leitor do princípio ao fim, numa escrita espontânea, cheia de vida e atenta aos mistérios da condição humana. E cheio de apontamentos autobiográficos, o que confirma a regra.

Nunca escrevi nenhum que fosse inteiramente falso - todos eles, creio, têm grande parte de verdade, utilizando a ficção como catapulta. Mas nunca escrevi um livro que fosse tão verdadeiro como este, nem que exigisse tanto de mim. A memória, como se sabe, é uma coisa dolorosa.

                                              João Tordo. O Ano Sabático 

 
  

sexta-feira, 20 de abril de 2012

«Anatomia dos Mártires» de João Tordo

  

João Tordo é um dos melhores escritores da nova geração, que se tem vindo a afirmar pela sua escrita escorreita, direta, liberta de vícios de linguagem e de forma a que outros novos autores lançam mão para obterem sucesso rápido.
 João Tordo nasceu em Lisboa em 1975. Formou-se em Filosofia e estudou Jornalismo e escrita Criativa em Londres e Nova Iorque. Em 2009 ganhou o Prémio Literário José Saramago com o romance As Três Vidas (2008). Trabalha como cronista, tradutor, guionista e formador em workshops de ficção.
Este seu último romance, Anatomia dos Mártires, é a história de uma obsessão do narrador-jornalista que se transforma em investigação sobre o «mito» de Catarina Eufémia, tentando destrinçar a verdade da lenda, o que se revela uma tarefa quase impossível, passados mais de 50 anos. 
É também uma reflexão sobre a existência dos «Mártires» ao longo da história da humanidade,  que tem como origem a dramática vida e morte de Francis Dumas.

Se existe uma evolução, então toda a evolução é uma catástrofe. Temos hoje menos recursos do que há mil anos; temos hoje menos humanidade do que há mil anos. O mundo é um lugar tão disperso, fragmentado e cruel que um homem como Francis teve de cair do espaço para se fazer ouvir. Em tempos imemoriais as pessoas punham-se em cima duma rocha e os outros escutavam-nas, tão atentamente, com tanta paixão e fé, que assim nasceram quase todas as religiões conhecidas. 
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Evoluímos? Para onde? Para o quê? O homem transformou-se nisto, numa criatura demasiado inteligente para se contentar com telefones ligados a satélites no espaço e demasiado estúpida para ouvir a pessoa que está ao seu lado.

                                   João Tordo, Anatomia dos Mártires
 
 Interrogações demasiado pertinentes, que nos põem a pensar!

terça-feira, 22 de março de 2011

«Elsa» de João Tordo


Ontem, 21 de Março, foi o Dia Mundial contra o Racismo. Pouco ou nada falado, pelos órgãos de comunicação social, «por acaso».
Peço-vos um favor: leiam o conto de João Tordo, «Elsa», integrado no livro «Em busca da felicidade», da D. Quixote. É um relato pungente do sofrimento dum jovem moçambicano, negro e árabe, às mãos dos seus carrascos hooligans, em Londres, para onde tinha ido em busca de melhor vida!
Horrível e imprescindível! É preciso começar a ler-se estes textos nas escolas! Ministério da Educação (Deseducação???), acordem! Já é tempo de fazerem qualquer coisa mais além do blábláblá!