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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019


Lisboa à noite


Gostava de ser capaz

De contar a minha vida.

Mas ao ver naquela rua

Uma pobre velha sentada

No banco frio, à noite, curvada,

Com a sua vida guardada

Dentro de uns tantos sacos

Resolvi encerrar a minha também

Nas linhas deste poema.

Digo apenas que tanto não sofri

Mas como aquela velha detestei

O mundo em que vivi

Ao percorrer as ruas, à noite,

Desta  Lisboa antiga e abandonada.

                                               18 Dez/95