Primeiro livro de Clarice Lispector, escrito aos 19 anos apenas, tornou-se uma obra decisiva nos novos caminhos da ficção brasileira e elevou a sua autora ao primeiro plano das letras do Brasil, seu país de acolhimento.
Na realidade, sendo de origem judaica e tendo nascido na Ucrânia em 1920 , quando a sua família foi perseguida durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921, antes da viagem de emigração para o Brasil, aí chegou com apenas 2 meses de idade. Por iniciativa de seu pai, todos mudaram de nome, à excepção da irmã Tânia, passando Haia (seu nome verdadeiro) a chamar-se Clarice..
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo em casa o idioma materno, o iídiche.
Revelando nesta obra uma penetrante capacidade de análise psicológica, grande domínio da linguagem, força e originalidade expressivas, Clarice Lispector afirma desde logo o seu talento para a escrita.
Faleceu com cancro no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário.
Sendo ela conhecedora e falante de várias línguas, escreveu sempre em língua portuguesa, a sua língua do coração, como ela afirmava.
«Amo esta língua. Não é uma língua fácil.É um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve querendo roubar às coisas e pessoas a sua primeira camada superficial. É uma língua que por vezes reage contra um pensamento mais complexo.»