A partir de 1978 (em que acabei o curso e ano em que nasceu o meu primeiro, o Daniel), ganhei a mania do tricot e do croché, de que sempre tinha gostado, por ter essa cultura em casa ao ver mãe e avós fazerem. Além de ser uma terapia, era muito útil porque não havia quase nada à venda, não havia C&A, só Grandela, Chiado, Lanalgo. Enfim, comprávamos lãs e linhas, havia imensas lojas dessas em todo o lado, as camisolas duravam a vida toda, não ganhavam borbotos, ficavam ao nosso gosto.
Fiz quase tudo para os meus filhos enquanto bébés: calções, saias, vestidos, camisolas, sapatinhos, gorros, mantas de berço...
Fazia em frente à televisão (conseguia ver um filme e fazer tricot ao mesmo tempo , não sei como) , nos transportes, nos intervalos das aulas, em todo o lado.
Até este gatinho fiz para a minha filha Susana.
Numa escola, um dia uma aluna que foi espreitar à sala de professores, exclamou muito admirada:
«Olha, a setora está a fazer crochè!!»
«Olha, a setora está a fazer crochè!!»
E riram-se todas, muito admiradas.