Mário Dionísio nasceu em Lisboa em 1916 e aqui faleceu em 1993. Foi um homem das artes e do ensino, de múltiplos talentos, pois além de professor, escritor e de crítico literário, foi também pintor.
Tem larga colaboração dispersa por jornais e revistas: O Diabo,Sol Nascente, Vértice, Ler e outras.
A sua actividade de crítico foi importante durante o período áureo do neo-realismo, tendo prefaciado autores como Manuel da Fonseca, Carlos de Oliveira, Alves Redol, entre outros.
Como pintor, usou os pseudónimos de Leandro Gil e José Alfredo Chaves. Participou em diversas exposições coletivas, estando as suas obras patentes na Casa da Achada, em Lisboa.
Esta Casa, assim chamada porque fica na Rua da Achada, nº11, em Lisboa, também designada Centro Mário Dionísio, foi fundada em Setembro de 2008, por familiares, amigos, ex-alunos, conhecedores e estudiosos da sua obra. Nela se desenvolvem diversas actividades culturais, leituras, conferências, cinema ao ar livre, com o intuito de divulgar a obra e o espólio do escritor, que nasceu, viveu e morreu nesta cidade.
Embora tenha tido muitas vezes vontade de a conhecer, confesso que ainda não me desloquei até lá, o que farei em breve. Descobri que no sábado, dia 27 de agosto, pelas 16h, vai continuar a leitura da obra de Mário Dionísio A Paleta e o Mundo.É um bom motivo para ir finalmente até lá e descobrir esta casa.
Para os interessados, deixo aqui o site, para consultarem a programação, muito útil para quem está em férias e quer ocupar o seu tempo de forma útil, agradável e pouco dispendiosa. E cinema ao ar livre, no verão, é apetecível. Na segunda-feira, dia 29, vai ser exibido o filme A Regra do Jogo, de Jean Renoir, às 21.30h. Tudo boas notícias.
Aqui fica também este pequeno poema, quase genial:
Uma mulher quase nova...
uma mulher quase nova
com um vestido quase branco
numa tarde quase clara
com os olhos quase secos
vem e quase estende os dedos
ao sonho quase possível
quase fresca se liberta
do desespero quase morto
quase harmónica corrida
enche o espaço quase alegre
de cabelos quase soltos
transparente quase solta
o riso quase bastante
quase músculo florido
deste instante quase novo
quase vivo quase agora.
in O Riso Dissonante
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