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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

«Afinal a melhor maneira de viajar é sentir» de Álvaro de Campos

 Tempo de pensar cada dia como uma viagem.

Imagem insólita do Chiado.


«Afinal a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.»
Álvaro de Campos

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Miradouro da Penha de França


Se há miradouro difícil de alcançar, este é um deles.
Subir por aquela colina acima, mesmo de carro, é um verdadeiro tormento.
Mas, de repente, ele aparece, ao lado da Igreja da Penha de França.


Estes são locais e monumentos cheios de História e de estórias, que só alguns conhecem...
O panorama sobre Lisboa vale, no entanto, o esforço para ir até este miradouro, a poucos quilómetros da Praça do Chile.


Do Miradouro da Penha de França, vê-se o Mar da Palha ao longe mas muito mais ainda o mar de telhados de Lisboa, com as suas chaminés, as suas mansardas e as suas lucarnas.


Por esta Penha algures nasceu o meu pai, talvez até tenha sido batizado na bela Igreja que lá das alturas nos convida a entrar. O tempo vai apagando os traços, mas estes teimam em ficar.



sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Jardim dos Moinhos de Santana



Mais um espaço verde para caminhar e com dois moinhos de vento atraiu logo a minha atenção.
Ontem fomos até lá e gostei, embora os equipamentos (esplanada, parque infantil, casas de banho...estejam encerrados ainda devido à pandemia) estejam todos fechados e não haja aquela alegria de crianças a brincar, pessoas a tomar o seu café e a conversar, a passear.


É a tristeza que se vai derramando aos poucos nas nossas vidas, mas o sol agora brilha e ainda voltará a brilhar por mais algum tempo.


«Lisboa menina e moça », como dizem os versos cantados por Carlos do Carmo lá está banhada pelo Tejo, bem azul , numa vista panorâmica donde se pode avistar até o Cristo Rei e a Ponte 25 de Abril bem ao fundo.


Vale a pena levar binóculos (se tiverem) e máquina fotográfica.
Ouvem-se e vêem-se bastantes pássaros, encontrando eu logo à entrada um belo rabi-ruivo.



Eram daqueles moinhos, cerca de 100 noutros tempos, que eram moídos os cereais para abastecer a cidade de Lisboa.
Nesses tempos, todos tinham de fazer o seu pão ou ir comprar a farinha para o fazer.
Os moleiros e os burrinhos que carregavam os fardos eram tão essenciais como os nossos supermercados agora.



Os Moinhos de Santana foram edificados, em meados do século XVIII, na Serra de Monsanto, para as freiras Dominicanas Irlandesas do Convento do Bom Sucesso.
São actualmente, em Lisboa, os únicos testemunhos perfeitamente preservados da importante actividade moageira desenvolvida por dezenas de moinhos em toda a zona ocidental da cidade, responsável pelo abastecimento de farinha.





quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Convento de Santos-o-Novo, em Lisboa



Em Lisboa há sempre mais coisas para descobrir, hoje foi o Convento de Santos-o-Novo, bem colocado em frente ao Tejo (hoje cinzento), para ser bem visto desde a banda de lá, e com um plano megalómano que não se chegou a realizar. 


O seu estado está bastante degradado, principalmente nos muros exteriores, com um aspecto de abandonado durante muitos anos, o que não abona em seu favor, nem da Câmara de Lisboa, a quem pertencia.
O mesmo não acontece no seu interior, onde existem vários espaços de acolhimento, entre eles uma residência para estudantes (sortudos).
Tão bonito e tão forte que nem o Terramoto o destruiu.


Agora precisa de obras urgentes (a Câmara cedeu-o à Santa Casa da Misericórdia que já começou os restauros, o custo das visitas(4 euros) está a ser usado para isso e as peças vão sendo expostas). 

Contem vários tesouros: o seu enorme claustro, os azulejos, a igreja, os ossos dos três santos de Lisboa, encontrados por acaso dentro de um caixote, muitos documentos …
Vale a pena visitá-lo.


terça-feira, 7 de janeiro de 2020

«O cacilheiro» de Ary dos Santos e Paulo de Carvalho

Verdadeiro hino ao barco que levava milhares de pessoas de Lisboa para a banda de lá, e vice-versa, atravessando o rio Tejo por vezes calmo, outras com ondas agitadas e bastantes solavancos, são estes versos de Ary dos Santos, musicados por Paulo de Carvalho e cantados por Carlos do Carmo. E, como previu o poeta, o cacilheiro foi embora, substituído por barcos mais modernos (mas nem sempre melhores) e o Tejo ficou mais triste.





O Cacilheiro

Música: Paulo de Carvalho
Letra: Ary dos Santos


Lá vai no Mar da Palha o Cacilheiro,
comboio de Lisboa sobre a água:
Cacilhas e Seixal, Montijo mais Barreiro.
Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.

Na Ponte passam carros e turistas
iguais a todos que há no mundo inteiro,
mas, embora mais caras, a Ponte não tem vistas
como as dos peitoris do Cacilheiro.

Leva namorados, marujos,
soldados e trabalhadores,
e parte dum cais
que cheira a jornais,
morangos e flores.
Regressa contente,
levou muita gente
e nunca se cansa.
Parece um barquinho
lançado no Tejo
por uma criança.

Num carreirinho aberto pela espuma,
la vai o Cacilheiro, Tejo à solta,
e as ruas de Lisboa, sem ter pressa nenhuma,
tiraram um bilhete de ida e volta.

Alfama, Madragoa, Bairro Alto,
tu cá-tu lá num barco de brincar.
Metade de Lisboa à espera do asfalto,
e já meia saudade a navegar.

Leva namorados, marujos,
soldados e trabalhadores,
e parte dum cais
que cheira a jornais,
morangos e flores.
Regressa contente,
levou muita gente
e nunca se cansa.
Parece um barquinho
lançado no Tejo
por uma criança.

Se um dia o Cacilheiro for embora,
fica mais triste o coração da água,
e o povo de Lisboa dirá, como quem chora,
pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa.

https://www.youtube.com/watch?v=mnAojJcUm_Q

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Jardim da Estrela e Lapa




Depois de uma época festiva agitada, lá fomos na manhã de domingo, a seguir ao Natal e Ano Novo, até ao Jardim da Estrela, tomar o café e matar saudades das árvores, pois flores agora há poucas.

João de Deus

O sol mostrou-se benigno e amenizou o frio, que era bastante.



Agora, com as árvores completamente despidas, a paisagem é outra, tudo se vê com mais nitidez.



As estátuas ganham mais relevância, e olham-se como se fosse a primeira vez que as descobríamos.

 da Preguiça ou O Despertar, O Cavador, João de Deus, etc. 

A Preguiça ou O Despertar


O Cavador

E até à Lapa é um pulo, para ver os palacetes e casas antigas, que ao  caírem deram lugar ao novo luxo.


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Quiosque do Jardim do Campo Grande (ou Mário Soares)






Até que enfim que abriu o novo quiosque do Jardim do Campo Grande(ou Mário Soares). Esperemos que tenha vida longa!
Era um pouco mais acima que havia um café com uma grande  esplanada cheias de estudantes que aí podiam estudar ou fazer trabalhos (ao contrário do que se passa agora em muitos sítios onde essas actividades são proibidas) e uma piscina ao ar livre, onde a criançada brincava e chafurdava livremente. 
Outros tempos, outros costumes.
Uma nota importante: depois de estar lá sentada é que reparei que os aviões passam mesmo por cima do quiosque, a rasar e fazendo um ruído insuportável.
Conclusão: experimentar e ver antes de escrever sobre o que quer que seja.
Em todo o caso, pode sempre dar jeito para uma bica apressada.
Não dá é para quem lá trabalha, coitado(a).




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019


Lisboa à noite


Gostava de ser capaz

De contar a minha vida.

Mas ao ver naquela rua

Uma pobre velha sentada

No banco frio, à noite, curvada,

Com a sua vida guardada

Dentro de uns tantos sacos

Resolvi encerrar a minha também

Nas linhas deste poema.

Digo apenas que tanto não sofri

Mas como aquela velha detestei

O mundo em que vivi

Ao percorrer as ruas, à noite,

Desta  Lisboa antiga e abandonada.

                                               18 Dez/95








sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Miradouro Panorâmico de Monsanto





Ao cuidado da Câmara Municipal de Lisboa

O Miradouro panorâmico de Monsanto, no seu estado actual, está num estado lastimoso.
Grafitado (com assinaturas), estuque a cair, degradado, cheio de lixo nos caixotes e no chão, escadas perigosas sem iluminação, etc.
Enfim, um  verdadeiro mamarracho no meio daquela deslumbrante paisagem de Monsanto.



Já foi restaurante, discoteca, bingo...um passado glorioso, e caro certamente. Tem até uma bela escultura numa das paredes e uma «rosa-dos-ventos» desenhada no chão, que têm valor artístico.




E, como em muitos outros casos no nosso país, agora para ali está abandonado e sem préstimo.



Nestes dias de altas temperaturas, só a brisa fresca e a paisagem que se avista da cidade de Lisboa valem a pena. E lá no alto, até havia quem fizesse pic-nic com música e tudo. 



Entretanto, tomei conhecimento que se ia lá realizar o Festival  Iminente, nos dias 21, 22 e 23  de setembro, que se muda este ano de Oeiras para lá. Esperemos que os verdadeiros artistas de Arte Urbana consigam dar ao Miradouro um aspecto melhor do que aquele que tem agora.




segunda-feira, 16 de julho de 2018

«Lisboa Lisboa» de Isabel delToro Gomes


Mais um poema à minha cidade natal.


Lisboa Lisboa 

nas ruas
nas calçadas

nas lojas
nos cafés

nas praças
nos jardins

tudo é música
das conversas adiadas
das máquinas ruidosas
dos pássaros e das cotovias




 
na cidade toda
nas pessoas que se enamoram

que correm
que compram

que trabalham
que lutam

tudo é música
do Tejo batendo nas rochas
dos cacilheiros que apitam
das gaivotas que gritam



é assim Lisboa dia e noite 

que não acaba nem começa

é assim a cidade do grande rio

e do mais belo pôr-do-sol.