João Apolinário (Belas, Sintra, 1924 — Marvão, 1988) foi um poeta e jornalista português.
Combateu o fascismo tanto em Portugal como no Brasil, durante o tempo que aí esteve exilado.
Colaborou em inúmeras publicações importantes nos dois países. É, no entanto, mais conhecido pelos seus poemas , musicados pelo filho João Ricardo e apresentados pelo conjunto Secos e Molhados.
Publicou ainda os livros Primavera de Estrelas, Apátridas, AmorfazerAmor, Poemas Cívicos e Eco Humus Homem Lógico, entre outros. Retornou a Portugal em 1975, após a Revolução dos Cravos. João Apolinário morreu a 22 de outubro de 1988, na pequena vila portuguesa de Marvão.
Urgente... Mais flores
É preciso avisar toda a gente
Dar notícia, informar, prevenir
Que por cada flor estrangulada
Há milhões de sementes a florir.
É preciso avisar toda a gente
Segregar a palavra e a senha
Engrossar a verdade corrente
De uma força que nada detenha.
É preciso avisar toda a gente
Que há fogo no meio da floresta
E que os mortos apontam em frente
O caminho da esperança que resta
É preciso avisar toda a gente
Transmitindo este morse de dores
É preciso, imperioso e urgente
Mais flores, mais flores, mais flores.
João Apolinário