Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife,1886 - Rio de Janeiro, 1968)
Manuel Bandeira foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.
É considerado como parte da geração de 1922 do modernismo no Brasil.
Quando vemos aqueles filmes antigos com comboios a carvão, perece-nos mesmo que ele diz «Café com pão café com pão» como diz Manuel bandeira neste seu engraçado poema.
Há quem diga que também pode ser «Pouca terra pouca terra». De qualquer maneira já não os podemos ouvir para confirmar. Eu ainda andei num deles, que me levou do Porto para Ofir, onde havia uma Pousada da Juventude. Nunca mais me esqueci desta viagem mítica, ainda para mais porque ia carregada duma mala muito pesada, eu pequena com 15 anos, a mala grande e pesada. Mas lá consegui chegar e valeu a pena o esforço.
Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isto maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho De ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar! Oô... Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficiá Oô... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matá minha sede Oô... Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no Sertão Sou de Ouricuri Oô... Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente... |
Fonte:
Antologia Poética. Rio de Janeiro: J.Olympo, 1976
Antologia Poética. Rio de Janeiro: J.Olympo, 1976