Depois de uma passagem de ano com fogos de artifícios e muito barulho para exorcizar os malefícios do malfadado ano de 2020, fazendo votos que o vírus acabasse depressa, que as vacinas chegassem para todos e fizessem mesmo efeito, eis que logo no dia 6 de Janeiro fomos surpreendidos pelos tristes acontecimentos no Capitólio nos EUA, inqualificáveis actos de um demente e arrogante Trump que incentivou as suas «tropas» para atacar o que ele nunca respeitou: os direitos dos que votaram contra ele e a democracia.
Esperemos que nada mais aconteça desta gravidade num país de quem tanto esperamos para ajudar a resolver as crises com que o mundo se confronta, já que tantos outros problemas o assolam diariamente: alterações climáticas que vão cada vez mais destruindo o nosso planeta, guerras, fome e miséria, doenças, violência...
Mas continuamos com fé e muita esperança num futuro melhor, para os nossos filhos e para todos. Cada dia é como um carrocel, para baixo e para cima, e mesmo nestes dias de pandemia, de frio e de confinamento, que nos retiram quase tudo que nos fazia felizes, continuamos a lutar e a ter esperança.
O ano de 2021 continua a ser uma montanha-russa.
Esta é a versão do poema que tinha escrito nos longínquos anos 90, que foram bem melhores.
exposição de Cruzeiro Seixas em Dezembro de 2020
Montanha-Russa
Cada dia é uma montanha
Que temos de escalar pedra a pedra
E depois descer com mil cautelas
Montanha-russa na Feira da Vida
Subimos e descemos
Choramos e rimos
Juramos que nunca mais repetimos
Mas sempre de novo somos atraídos
Já estamos cansados, exaustos
Corpo dorido, pés sofridos
Mas continua a ser preciso
Escalar a montanha da Vida