sábado, 22 de junho de 2013

«Canção pela liberdade» de Isabel del Toro Gomes





Canção pela Liberdade

Está sol
Parece verão
No entanto, o frio apodera-se
Do meu corpo
E do poema que se escreve sozinho
O vento percorre tudo
Este vento do Leste e do Norte.

As ruas da cidade deserta
As notícias nos ecrãs
Que descrevem minuciosamente desgraças
Bombas  guerras sangue morte
Protestos dos indignados
Dos jovens que ocupam corajosamente as praças
As praças que já não são deles
As avenidas que já não da Liberdade
Das pobres gentes deixadas à sua sorte.

Não é permitido andar na rua
Não é permitido sonhar
Não é permitido respirar do ar
Que já não é de todos mas
Só de alguns privilegiados
Ar que se torna cada vez mais raro
Mais caro e, de repente, desaparece
Nas nuvens no vazio no céu
No crepúsculo ou no poente…

Ar num qualquer esconderijo comprimido
Que alguns desses seres de privilégio
Mandaram escavar bem escondido 
Para o explorarem individualmente
Para o respirarem egoisticamente 
Doutores seres superiores poderosos
Detentores de verdades que afinal são mentiras
E que lhes saem das bocas, descaradamente
Com dentes afiados, branqueados
Dos olhos gulosos, gananciosos
Das vozes mafiosas e enganosas.

Nós ós ós ós ós ós.....
O ar é nosso, nosso!!!!!
E que viva a nossa liberdade!!



1 comentário:

  1. Boa! Vamos agitar as consciências, vamos falar do que nos fazem sentir- a revolta faz-se de atos, mas também das palavras dos que ousam dizê-las, escrevê-las e publicá-las. Vamos gritar bem alto e mostrar a indignação dos justos contra aqueles para quem nada chega. Contra a ganância a desonestidade e as falinhas mansas com que nos querem enganar, amaciando-nos paulatinamente.Vamos a isso! Beijinhos. Dulce Branquinho

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