Em Salvador da Bahia, Janeiro 2012, em pleno Pelourinho, dei de caras com um Jesus Cristo, sem cruz, com as marcas das chagas e, pormenor interessante, uma cabaça para se depositar as moedas. No meio de tantas igrejas e de tantos santos, tinha a sua lógica!
Mais adiante, também no Pelourinho, estava um belo cowboy prateado, bem disposto e folgazão, que apitava com uma espécie de assobio que tinha na boca, cada vez que caía uma moedinha.
Aqui mesmo na Baixa lisboeta, no dia 26 de Dezembro de 2009, um Homem de Barro, com um grande coração, sorria bonacheirão aos passantes, lembrando-lhes que não passávamos de pó da terra, mesmo em época natalícia.
Primavera, 2015.
O calor tem sido pouco, o sol escasso. Daí, a bela moça leiteira ter montado a banca num local sem arvoredo, perto do Rossio. E o leite escorria escorria, fazendo as admirações de todos.
Tudo corria normalmente, quando, repentinamente, o sol começou a brilhar e a escaldar. A moça leiteira já suava por todos os poros. Teve de se mexer, de estender os músculos, pois o sol não se compadecia.
Os turistas, esses, emergiram que nem caracóis por tudo quanto era sítio, deslumbrados com aquele calor tropical tão repentino.
Acho que ninguém deve ter reparado que a mulher estátua se mexeu, mas eu vi muito bem, ao longe, o seu desespero, a abanar o corpo e os braços.
Malditas nuvens, porque se sumiram assim sem pré-aviso??!!
Depois, não sei o que aconteceu, também eu tive de ir embora.
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