A espera
Depois da espera
Não fica nada…
Os dias que se sucedem
O amanhã que se adia
A vida que não se vive
As palavras que não se dizem
O papel que fica vazio…
Depois da espera
Fica apenas a impunidade
A raiva a injustiça a dor
Ou seja, muito pouco…
Talvez a flor do campo
Que na sua singeleza
Teima em brotar
Das pedras do caminho
Consiga sobreviver mais um dia!
P.S.: Este poema é dedicado, em geral, a todos que têm sido vítimas da estupidez de algumas leis, da incúria e incompetência de alguns homens que detêm pequenos ou grandes poderes, da ganância e desonestidade de alguns doutores de medicina que se dizem médicos e que não passam de carrascos, etc,etc. Enfim, da desorientação do mundo e de um Estado desprovido de sentido ético e humanista, que se pode tornar tão cruel e desumano que se devora a si próprio.
E, em especial, a todas as vítimas duma instituição portuguesa, indevidamente intitulada «Caixa Geral de Aposentações», que depois de nos ficar com os descontos de trinta ou quarenta anos de trabalho, fazendo deles o que muito bem lhes apeteceu, sem dar contas a ninguém, se arroga no final o papel de «dono» do resto das nossas vidas.
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