segunda-feira, 10 de outubro de 2011

«A Espera»


A espera

Depois da espera

Não fica nada…

Os dias que se sucedem

O amanhã que se adia

A vida que não se vive

As palavras que não se dizem

O papel que fica vazio…

Depois da espera

Fica apenas a impunidade

A raiva a injustiça a dor

Ou seja, muito pouco…

Talvez a flor do campo

Que na sua singeleza

Teima em brotar

Das pedras do caminho

Consiga sobreviver mais um dia!


 P.S.: Este poema é dedicado, em geral, a todos que têm sido vítimas da estupidez de algumas leis, da incúria e incompetência de alguns homens que detêm pequenos ou grandes poderes, da ganância e desonestidade de alguns doutores de medicina que se dizem médicos e que não passam de carrascos, etc,etc. Enfim, da desorientação do  mundo e de um Estado desprovido de sentido ético e humanista, que se pode tornar tão cruel e desumano que se devora a si próprio.
E, em especial, a todas as vítimas duma instituição portuguesa, indevidamente intitulada «Caixa Geral de Aposentações», que depois de nos ficar com os descontos de trinta ou quarenta anos de trabalho, fazendo deles o que muito bem lhes apeteceu, sem dar contas a ninguém, se arroga no final o papel de «dono» do resto das nossas vidas.




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