segunda-feira, 7 de abril de 2025

 




Hoje, 7 de Abril, Dia Mundial da Saúde.

Nós nos Pirinéus, nos bons tempos da infância e da juventude.

Viajar , conhecer, ver coisas e seres bonitos é bom, dá saúde.



domingo, 6 de abril de 2025

Flores silvestres






 Hoje estava caído num charco um chapéu chinês, claro que o apanhei e depois colhi mais umas florinhas lilases pequeninas e uns malmequeres no Jardim da Portela.

Já não fazia um arranjo destes há anos, deu me uma satisfação enorme, fiquei mais nova uns aninhos.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

«Os jacarandás» de Eugénio de Andrade

 Aviso a todos os que não respeitam a natureza, desprovidos de toda e qualquer cidadania ecológica, habituados que estão a desfrutar o mundo que os rodeia a seu belo prazer e interesse material:

POR CIMA DOS JACARANDÁS NINGUÉM PASSARÁ!

Tal como todos nós, Eugénio de Andrade também se deixou fascinar pelos jacarandás de Lisboa.

"São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas – irmão dos pássaros –,
perder-me no ar."


Pode ser uma imagem de 1 pessoa, jacarandá e a árvore
Gosto
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domingo, 30 de março de 2025

«Tree» Alfred Joyce Kilmer

 


A Paineira, a árvore mais bela que o destino me presenteou quando visitei a ilha de S. Miguel, nos Açores.

Parafraseando o poeta, penso que jamais verei uma árvore tão bela quanto um poema.



Tree


Penso que jamais verei

poema tão belo quanto uma árvore.

Uma árvore cuja boca faminta está colada
contra o seio doce e abundante da terra;

Uma árvore que olha para Deus o dia inteiro
e levanta seus braços folhudos para rezar;

Uma árvore que no verão pode vestir
Um ninho de sabiás em seu cabelo;

Em cujo colo a neve se deitou;
Que vive intimamente com a chuva.

Poemas são feitos por bobos como eu,
Mas somente Deus pode uma árvore fazer.

Alfred Joyce Kilmer
(Tradução de Walter Whitton Harris)







quarta-feira, 19 de março de 2025

Dia do pai, 19 de Março

 




Assim mesmo era o meu pai, um dia fomos à praia só os dois, eu era muito pequena e fiquei espantada a olhar para tudo.

Ele disse-me para eu ir dar uma volta, fui e perdi-me.

Fiquei a saber como o mundo era grande, não chorei e passado algum tempo lá me encontraram, a brincar na areia molhada.

Ele teve de mergulhar muitas vezes para aprender o que era a dureza da vida e eu segui-lhe as passadas.
Claro que tivemos alguma sorte !!!


«Estava na praia com o meu pai, e ele me pediu para ver se a temperatura da água estava boa.
Ela estava com cinco anos, e ficou contente de poder ajudar; foi até a beira da água e molhou os seus pés.
"Coloquei os pés, está fria", disse para ele.
O pai pegou-a no colo, caminhou com ela até a beira do mar, e sem qualquer aviso, atirou-a dentro da água.
Ela levou um susto, mas depois ficou contente com a brincadeira.
"Como está a água?" perguntou o pai.
"Está gostosa", respondeu.
"Então, daqui pra frente, quando você quiser saber alguma coisa, mergulhe nela".

Paulo Coelho

 Eugénio de Andrade, o poeta dos poetas, e o cheiro a madressilva, que a Primavera vem aí (a natureza tem os seus mistérios...).




Coração Habitado


Aqui estão as mãos.
São os mais belos sinais da terra.
Os anjos nascem aqui:
frescos, matinais, quase de orvalho,
de coração alegre e povoado.
Ponho nelas a minha boca,
respiro o sangue, o seu rumor branco,
aqueço-as por dentro, abandonadas
nas minhas, as pequenas mãos do mundo.
Alguns pensam que são as mãos de deus
— eu sei que são as mãos de um homem,
trémulas barcaças onde a água,
a tristeza e as quatro estações
penetram, indiferentemente.
Não lhes toquem: são amor e bondade.
Mais ainda: cheiram a madressilva.
São o primeiro homem, a primeira mulher.
E amanhece.


Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

sexta-feira, 14 de março de 2025

Carvalhal do Pombo, a nossa aldeia

 





A «nossa» aldeia é esta, virada para a serra azul (serra d'Aire e Candeeiros), Carvalhal do Pombo.


«Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer.»



Trecho de "O Guardador de Rebanhos", Alberto Caeiro