Este é um daqueles livros de beleza rara, que resistem aos tempos e às modas. Lê-lo é uma experiência inesquecível, uma aprendizagem da vida, para os mais ou menos novos.
Com Jubiabá, Jorge Amado alcançou a notabilidade e a categoria de um dos maiores romancistas.
E pensar que em Portugal Jorge Amado foi proibido durante tempos e tempos inglórios, e que fomos impossibilitados de o lermos enquanto eramos jovens! Estou a desforrar-me agora!
Boa leitura para as férias e não só!
A vida do Morro do Capa Negro era difícil e dura. Aqueles homens todos trabalhavam muito, alguns no cais, carregando e descarregando navios,ou conduzindo malas de viajantes, outros em fábricas distantes e em ofícios pobres: sapateiro, alfaiate, barbeiro. Negras vendiam arroz doce, mungumzá, sarapatel, acarajá, nas ruas tortuosas da cidade...Muitos dos garotos trabalhavam também. Eram engraxates, levavam recados, vendiam jornais...E não se revoltavam porque desde há muitos anos vinha sendo assim: os meninos das ruas bonitas e arborizadas iam ser médicos, advogados, engenheiros, comerciantes, homens ricos. E eles iam ser criados destes homens.
Jorge Amado, Jubiabá