No céo, se existe um céo para quem chora.
Céo, para as magoas de quem soffre tanto...Se é lá do amor o foco, puro e santo,
Chama que brilha, mas que não devora...
No céo, se uma alma n'esse espaço mora.
Que a prece escuta e encharga o nosso pranto...
Se ha Pae, que estenda sobre nós o manto
Do amor piedoso... que eu não sinto agora...
No céo, ó virgem! findarão meus males:
Hei-de lá renascer, eu que pareço
Aqui ter só nascido para dôres.
Ali, ó lyrio dos celestes vales!
Tendo seu fim, terão o seu começo.
Para não mais findar, nossos amores.
Antero de Quental
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