terça-feira, 31 de julho de 2012

«Alegria Breve» de Vergílio Ferreira




Da minha língua vê-se o mar. 


Beirão, o universo de Vergílio Ferreira, como o de Aquilino, é rude e voluntaristicamente repassado de emoção sufocada, mortos sem sepultura na alma, infância apenas desaparecida do outro lado do mesmo muro. «A ternura é o mais difícil e enternecemo-nos tanto. Que é que me comove? Como uma árvore, às vezes penso, o homem pode subir alto, mas as raízes não sobem. Estão na terra, para sempre, junto da infância e dos mortos».

                                Eduardo Lourenço, in Prefácio de Alegria Breve


Expressão tão simples e bela da verdade da vida!
O nosso corpo vai crescendo em direção ao céu, mas o coração fica para sempre junto às nossas raízes, à nossa origem, ao início do mundo que é a infância. E os mortos nunca nos largam, são sempre um começar de novo.




2 comentários:

  1. Estava a pesquisar sobre Vergílio Ferreira e a sua "Alegria Breve" e vim cá ter...
    Vejo que também partilha este gosto vergiliano. Aproveito para divulgar também o meu blog: http://avingudabsurda.blogs.sapo.pt
    Também sou uma apaixonada pela leitura e "escrevinho" qualquer coisa.
    Fique bem,
    M.A.

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    1. Obrigada pela sua visita, Vergílio Ferreira é para mim um escritor e pensador essencial, sim. Vou ver o seu blogue.
      Cumprimentos e continue.

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