Mais um poema de Eugénio de Andrade, de grande beleza porque de grande singeleza, que vem mesmo a propósito.
Calor e sol tem havido muito, caracóis é que já não se vêem como dantes, nos campos.
Será por os terem comido todos?
Verão
Caracol, caracol,
onde vais com tanto sol?
Vou à loja do senhor Adão
comprar um girassol;
com tanto sol
Ninguém aguenta o verão.
Adeus, adeus, caracol,
tens razão,
sem guarda-sol
ninguém aguenta este sol.
Eugénio de Andrade
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