segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Melhorou o ensino em Portugal?


Melhorou o ensino em Portugal?

 

Foram recentemente publicados os relatórios sobre as provas de aferição de Matemática e de Língua Portuguesa do 1º e 2º ciclos, realizadas pelos alunos do 4º e 6º anos em 2011, em Portugal.

Na prova de Língua Portuguesa, realizada pelos alunos do 4.º ano do 1.º ciclo, a "Leitura" é o domínio que apresenta a percentagem mais alta, com 56% dos alunos a obterem um máximo de sete respostas corretas num total de onze itens avaliados. "Expressão Escrita" aparece do outro lado, ou seja, como a área com resultados mais baixos com uma média global de 34% de respostas totalmente corretas. O "Conhecimento Explícito da Língua" apresenta uma percentagem média global de 58% de respostas totalmente corretas.

Perante estes resultados, poderíamos pensar que os alunos estão a ir melhor preparados para o 2º ciclo, o que na realidade é uma total falsidade. A cada ano que passa, os alunos, salvo raras exceções, chegam ao 2º ciclo sem conhecimentos nenhuns, mal preparados na escrita e na leitura, sem regras de conduta, cada vez mais indisciplinados, desatentos, sem hábitos de trabalho, etc, etc.

A conclusão a que se chega, mais uma vez, é que estas provas de aferição, a forma como são elaboradas com perguntas cada vez mais facéis e os critérios de avaliação que são impostos aos professores que as corrigem (coitados deles!) são uma completa perda de tempo e uma forma que o ME e o GAVE arranjaram para «taparem o sol com a peneira», disfarçarem os verdadeiros males do ensino e ficarem muito satisfeitos com os 50 e tal por cento de respostas certas.

 

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

«A morte de Rimbaud» de Al Berto

Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu em Coimbra em 11 de Janeiro de 1948, e morreu em Lisboa em 13 de Junho de 1997.
Faria hoje 64 anos.
Aqui fica um pouco da sua poesia, excerto do poema «A morte de Rimbaud».

A morte de Rimbaud

os dias estão cheios de cartas e de recomendações, de amigos
que partem para sempre, ou adoecem, de recados e de intrigas, de
contas intermináveis, de ouro, de corpos, de fortuna e de infortúnios.
de morte, e de cães feridos a uivar à porta da desolação.


uma espécie de miséria e de orgulho, escorrem no fundo de 
mim. e talvez seja a mistura venenosa da miséria com o orgulho que
me há-de perder...

não tenho mais nada a dizer. os poemas morreram.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

«Jardim da Estrela» de Isabel del Toro Gomes

                                                               
                                            Jardim da Estrela
Naquele Jardim da Estrela
Sento-me num banco
Em frente ao coreto
À espera que alguma coisa  aconteça.
Passou-se um dia
E mais outro
E nada acontecia
Só os pássaros continuavam a cantar
As suas cantigas de amor
Como seculares trovadores
E uma velha telefonia
Passou gritando desafinada
Em cima duma bicicleta apressada.
Afinal, tudo e nada acontecia
Assim, sem nenhuma magia.