terça-feira, 14 de junho de 2011

«Moinhos da aldeia da Pena» de Isabel del Toro Gomes

Moinhos da aldeia da Pena
Onde estão vossos moleiros?
De tanto pão que fizeram
Só resta a majestade
Tais gigantes com asas
Que não podem mais voar...



O vento continua a soprar
No alto desses montes
Mas os moinhos da aldeia da Pena
Lá continuam serenos imóveis
Lançando olhares nostálgicos
Por esses caminhos vermelhos de papoilas
Por onde dantes chegavam e partiam
Os burricos carregados de sacas

Agora
Só nós os visitamos
Na esperança de os encontrar
Com as mós a rodar
E as velas a esvoaçar
Ao vento.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Umberto Eco


Nenhum romancista
pode imaginar
algo mais terrível
que a verdade.

Humberto Eco (1932)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Para os que gostam de gatos



O gato possui beleza sem vaidade,
força sem insolência,
coragem sem ferocidade,
todas as virtudes do homem
sem os seus vícios.

                                          Lorde Byron (1788-1824)


O gato é o único animal
que conseguiu
domesticar o homem.


                                             Marcel Mauss (1873-1950)

domingo, 5 de junho de 2011

Victor Hugo - Séc. XIX



Não são as máquinas
Que arrastam o mundo,
Mas sim as ideias.


                                                   Victor Hugo

sexta-feira, 3 de junho de 2011

«Avieiros» de Alves Redol

Alves Redol nasceu em Vila Franca de Xira em 1911 e morreu em Lisboa em 1969. Empenhado na luta de resistência contra o regime salazarista, fez da sua escrita uma forma de intervenção social e de luta.
O grande contador de histórias do povo, dá-nos nesta obra com admirável fidelidade e plasticidade a dolorosa faina dos pescadores do sável do rio Tejo. De tal forma, que o seu rosto se assemelha ao rosto dos personagens da sua obra, de todos os Zés,de todos os Tóinos, de todas as suas personagens gigantescas em capacidade de sofrimento e de sobrevivência.
Alves Redol foi mesmo viver para uma das mais conhecidas aldeias avieiras, a Palhota, para melhor conhecer a vida sofrida destes homens, mulheres e crianças, denominados pejorativamente «os ciganos do rio», como se não fossem gente. Ou «vagabundos do rio», hoje talvez uma designação envolvida em algum romantismo e lirismo, ausente naquela época. 

Foi nesta casa que Alves Redol permaneceu e escreveu o seu livro «Avieiros». Este não é o Malagueiro, o cão do pequeno e malogrado João da Vala, cujo nascimento marca o início da obra e que deixa nela uma marca indelével, pois nasce e morre no saveiro que era a sua casa, deixando um enorme vazio na narrativa.







Nestas imagens tiradas noutra localidade avieira, Escaropim, também citada na obra, podem ver-se como eram aproximadamente as barracas dos avieiros, feitas de zinco e de palha, bem como os saveiros que eram as suas habitações e locais de trabalho, enquanto não arranjavam madeiras e outros materiais.
Muitas outras localidades são cenários desta obra, ou apenas citadas, como Muge, Valada, etc, hoje bem diferentes e com bons equipamentos ribeirinhos, como o belo Parque Natural de Valada.





-Assim arrenegado ficas mais velho, Tóino!
-Devia ficar velho depressa e morrer depressa. Que anda a gente aqui a fazer? Não me dizes?!...
-À espera de melhores dias.
Uma semana depois lançam a primeira rede à água. Uma semana depois sabem todos que desapareceram onze barracas e que a palha das outras começa a apodrecer.

À espera de melhores dias, é o destino de toda a humanidade, afinal, ontem como hoje! A nossa condição humana!



quarta-feira, 1 de junho de 2011

«Sonho de criança» de Isabel del Toro Gomes

Hoje, Dia da Criança, um poema para aquelas que não podem ter infância!
    


Sonho de criança
               

Sonho...

Uma criança que brinca

Uma bola no ar

Um papagaio a voar

Um barco à vela ao fundo

Uma concha na areia

Um pensamento profundo

Que leva uma sereia

A um palácio

No fundo do mar.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Sabedoria Ameríndia



A Oração não chega para o Guerreiro Interior.
Precisa de transformar as palavras em montanha, em lago,
Em rio ou em cavalos selvagens.
Tal como ele, tens de aprender a criar a realidade
A partir dos teus desejos.
Só assim as palavras «felicidade»,
Quietude, paz de espírito
Se transformarão em paisagens da alma.
E tu poderás habitar realmente
Um Mundo Novo.