Jardim da Gulbenkian
O Jardim da sede da Fundação Calouste Gulbenkian foi implantado no antigo Parque de Santa Gertrudes, concebido pelo jardineiro suíço Jacob Weiss em 1866-70. Foi construído, nesse período, um lago como elemento central e dinamizador do parque, mantido no projecto do século XX para a Gulbenkian.
Localizado no coração dum dos centros de negócios da cidade de Lisboa (Avenida de Berna - São Sebastião da Pedreira), este moderno jardim cobre quase 8 hectares e foi desenhado por António Viana Barreto em 1957, tendo tido a colaboração de Gonçalo Ribeiro Teles nos anos sessenta e constitui um marco incontornável da arquitectura paisagista portuguesa contemporânea.
O jardim organiza-se em diferentes espaços e ambiências, que se vão sucedendo com subtileza através dos caminhos, por vezes atravessando percursos de água. A flora é plantada recriando paisagens portuguesas, pontuadas por esculturas modernas.
Um anfiteatro permite actividades ao ar livre e acolhe um ciclo de música jazz em Agosto.
Os que tiveram a sorte de aí assistir a espectáculos de dança, nos tempos em que a companhia do Ballet Gulbenkian ainda existia (foi extinta pela esposa de Azeredo Perdigão há dez anos, precisamente), lembram-se de que os bailarinos entravam e saíam por um túnel, com uma abertura ali perto do anfiteatro.
O que não sabiam (nem muitos sabem agora), é que, por baixo dos jardins, passam alguns túneis, que foram construídos por altura da construção deste magnífico espaço. Com que intenções? Não sei, confesso, mas penso que dariam muito jeito como refúgio, em caso de necessidade.
Um mistério por desvendar, do próprio Calouste Gulbenkian, talvez.
É um belo e fresco refúgio com um lago, riacho, terraços ajardinados, trilhos por entre arvoredo e até um anfiteatro ao ar livre onde, nas noites mais quentes, se podem ver concertos e espectáculos.
O conjunto formado pelos edifícios da Fundação Calouste Gulbenkian (sede, museu e auditório), plenamente integrados nos seus jardins, são uma referência mundial da arquitectura do século XX.
Em 2005 iniciou-se uma renovação e reformulação dos espaços verdes, obra a cargo de Gonçalo Ribeiro Teles, que muito admiro por este se ter lembrado de fazer uns pequenos lagos destinados a atrair as aves migratórias, que vendo os reflexos da água, desceriam para aí descansar. Uma ideia genial e de louvar, não sei se bem aproveitada ou não por muitas aves que sobrevoam os céus de Lisboa, mas de muito agrado, de certeza, de pombos, pardais e melros.
Aqui deixo algumas das minhas impressões fotográficas desta primavera de 2015, dedicada desta vez às pequenas flores campestres, porque o pequeno pode ser grande e bonito também.