segunda-feira, 16 de junho de 2025

 



Bom dia com poesia, já que a tristeza, a ganância e o terror da guerra continuam por esse mundo.

Na natureza todos os seres se entreajudam.
Quanto ao género humano, parece que cada um quer ser superior ao outro.


A vida de muita gente
Não merecia tanta tristeza e tanta dor
Todos devíamos poder sorrir
Ao levantar do dia
Todos devíamos ser amados
E poder amar alguém
Até ao anoitecer
Dos nossos corações.




quinta-feira, 12 de junho de 2025

Cadamentos de Santo António 2025

 


                                   Santo António de Júlia Ramalho



Evento dos Casamentos de Santo António, desde 1958,no início chamado Noivas de Santo António, foi uma iniciativa criada para proporcionar a noivos com dificuldades económicas um matrimónio com tudo pago, desde os fatos à boda. Para meu grande espanto do que vi hoje nada disso se passa, constatando que pelo que vi e ouvi na reportagem televisiva que muitos deles se integram numa classe social média alta, devido às suas profissões, formados com cursos superiores. Será que o espírito do nosso santo lisboeta virou assim tanto? A realidade quotidiana de dificuldades económicas dos portugueses em geral, não apontam para isso. Que sejam felizes e que o senhor Moedas continue no seu sonho dourado.

domingo, 8 de junho de 2025

Dia 8 de Junho, Dia dos Oceanos

 Hoje, como em todos os outros dias do ano, é vital lembrar que os oceanos são essenciais ao equilíbrio do nosso planeta e à nossa sobrevivência bem como de todos os outros seres.

Que os seres humanos não se esqueçam de defendê-lo, agora e sempre.

Mar

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sophia de Mello Breyner Andresen



terça-feira, 20 de maio de 2025

Eleições Maio 2025

 


Um pequeno poema de Irene Lisboa, de grande ironia e sempre actual.



Hoje, como noutros tempos, Portugal no seu pior.
Muito falta de diálogo, de união por uma causa maior, neste caso a do bem do portugueses e da nação, no seu conjunto.
Preponderam os interesses individuais e as questóes materiais mesquinhas de cada um.
Mas a esperança nunca morrerá no coração dos homens e mulheres que lutam por um mundo melhor.




Este mundo é um curro.
E nem um curro será.
É um beco sujo,
um velho quintal.
As vizinhas malcriadas despicam-se, espreitam-se.
Lá estão elas de mãos na ilharga:
Tira, toma, é mentira, é falso.

Irene Lisboa

Na natureza nada se perde

 





Na natureza nada se perde, tudo se transforma.

Estas simples flores da praia são a prova disso: além de embelezarem a paisagem, têm como função proteger as dunas e prender as areias.

Um belo exemplo que dão aos seres humanos
🙂




sexta-feira, 16 de maio de 2025

«Montanha-Russa»

 




Sophia de Mello B. Andresen dizia:

«A poesia não se explica, a poesia implica»

Concordo plenamente.
Tal como a vida e tudo o que vivemos
Agora ou nalgum dia
Passado ou futuro

Montanha -Russa 

Cada dia é uma montanha
Que temos de subir e de descer
Montanha-russa na feira da vida
Subimos e descemos
Choramos e rimos
Juramos que nunca mais repetimos
Mas sempre de novo somos atraídos
Já estamos cansados, pés doridos
Mas continua a ser preciso
Escalar a montanha do riso.

Maria Isabel

terça-feira, 13 de maio de 2025

 





Depois de muito viajar por esse mundo, de ver tantas coisas belas, de contactar com tantas gentes, estou cada vez mais certa disto que escrevi:

Poder

Cada vez acredito menos
Nos homens poderosos!
Cada vez acredito mais
No poder dos homens simples
Que constroem as casas
E fazem as estradas
Que lavram os campos
E deitam a semente à terra!
Só acredito nas mulheres simples
Que criam os filhos,
Por eles sofrem cheias de amor
Com mãos calejadas limpam as casas
Dia e noite tratam de tudo.
Só os simples, homens ou mulheres
Têm o poder de criar
De dar a vida
E de encher o mundo
De coisas belas!

Maria Isabel



sexta-feira, 9 de maio de 2025

 


Quando descobri Évora, fiquei a conhecer as formas, a brancura, a beleza grande e gloriosa do Alentejo.
Um exemplo desse esplendor é a Universidade de Évora. Que maravilha que deve ser estudar e passar o tempo da juventude numa Universidade assim.


«Irei a Évora descobrir o branco
a ogiva o arco a rosácea a nave
o pátio como praça.
Nada destrói a intimidade
da sua humana geometria.
Irei a Èvora para reencontrar
a perdida harmonia.»

Manuel Alegre, in Alentejo e Ninguém



quarta-feira, 7 de maio de 2025

«Teus Olhos» de Octávio Paz

 



Um poema de Octávio Paz:


Teus Olhos

Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima,
silêncio que fala,
tempestades sem vento, mar sem ondas,
pássaros presos, douradas feras adormecidas,
topázios ímpios como a verdade,
outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro
             duma árvore e são pássaros todas as folhas,
praia que a manhã encontra constelada de olhos,
cesta de frutos de fogo,
mentira que alimenta,
espelhos deste mundo, portas do além,
pulsação tranquila do mar ao meio-dia,
universo que estremece,
paisagem solitária.

Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"



Octávio Paz




 Seguindo o Poeta, o meu destino é sem dúvida procurar.


A maior parte das vezes com companhia, mas às vezes mesmo no meu canto, só as palavras e eu.
Aqui estou a mirar os «Mirantes de Luna», em Castilla Y Léon, onde me senti um pouco na lua.
«Que procura o viajante ao percorrer a sua pátria?
O lugar do seu nascimento ou do seu fim?
Talvez procure o seu destino.
Talvez o seu destino seja procurar.»

Octávio Paz

domingo, 4 de maio de 2025

Dia da Mãe, 4 de Maio de 2025

 

Hoje e todos os dias, é um dia para a recordar, querida mãe.

O seu sorriso sobretudo, minha mãe.

As suas sardinheiras preferidas, ou não fosse a mãe filha da Andaluzia , da alegria da terra sevilhana.

Eu herdei o seu sangue vermelho e lilás, a alegria, a sua força de viver e coragem de sobreviver.

E digo, como Isabel Silvestre e António Variações:


«A minha mãe

É a mãe mais bonita

Desculpem, mas é a maior...»


quinta-feira, 1 de maio de 2025



Dia 1º de Maio, dia do Trabalhador, da luta contra a escravidão e pelos direitos de quem trabalha arduamente pelo seu sustento e pelo dos seus familiares.

Que seja também um dia de Paz para todos os Homens, que se acabem as guerras inúteis e sanguinárias em todos os países do nosso Mundo.



 CONVITE

Vamos ressuscitados, colher flores!
Flores de giesta e tojo, oiro sem preço…
Vamos àquele cabeço
Engrinaldar a esperança!
Temos a Primavera na lembrança;
Temos calor no corpo entorpecido;
Vamos! Depressa!
A vida recomeça!
A seiva acorda, nada está perdido!

Diário IX
Miguel Torga


Flores de Marc Chagal

domingo, 27 de abril de 2025

Renascer em Abril

 




O começar dum novo dia é sempre um renascer, uma nova seiva que corre no sangue.

Basta uma gota de água e a vida recomeça.
O meu cato mais bonito murchou, mas eu tinha retirado um pézinho antes e eis que agora floriu.


terça-feira, 15 de abril de 2025

Da Primavera e «Bichinho da Conta» de Sidónio Muralha

 




A primavera 2025 continua instável, fria, ventosa, com um solzinho que logo desaparece.

A neve até cobriu a serra da Estrela, proporcionando beleza e escorregadelas.

Mas as flores dos campos lá vão crescendo, resistentes a tudo.



Recordando Sidónio Muralha e os bichinhos da conta com que brincávamos na nossa infância, e que são agora cada vez mais raros.
Pode ser um desenho de texto que diz "BICHINHO DE CONTA Bichinho de conta conta... conta.. E bichinho de conta contou que um dia ¥ c parecia se enrolou um berlinde pequenino de tal maneira que um menino de brincadeira com ele jogou... Bichinho de conta conta... E o bichinho de conta contou."
Gosto
Comentar
Partilhar