quarta-feira, 4 de novembro de 2020

 



As nuvens têm feito a sua aparição em poucos dias deste Outono.

Ontem, no entanto, apresentavam-se em contrastes branco/negro, com formas curiosas.

E de facto choveu mesmo, refrescando os nossos pensamentos, sonhos e  natureza.

Mais um belo poema de Fernando Pessoa.


Como nuvens pelo céu

Passam os sonhos por mim.
Nenhum dos sonhos é meu
Embora eu os sonhe assim.
São coisas no alto que são
Enquanto a vista as conhece,
Depois são sombras que vão
Pelo campo que arrefece.
Símbolos? Sonhos? Quem torna
Meu coração ao que foi?
Que dor de mim me transtorna?
Que coisa inútil me dói?

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Fernando Pessoa
In Poesias Inéditas (1930-1935)




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