Escola Comercial Patrício Prazeres
Esta foi mais uma das escolas que
frequentei que, embora não fosse por vontade própria que ali estava, nem
estivesse vocacionada para os estudos que proporcionava, me deixou muitas e
boas recordações.
Com apenas 13 anos, eu era de
pequena estatura com essa idade, lá subia eu as escadinhas do Castelo todos os
dias, para entrar às oito horas para a secção da Costa do Castelo, que
funcionava para os alunos do 1º ano do curso complementar, no antigo edifício
da Escola Primária nº 10. No inverno ainda era noite fechada, os degraus eram
muitos, mas as minhas curtas pernas subiam ligeiras por ali acima. Devia de
encontrar outras alunas no caminho, disso não me lembro, os perigos por
ali já não rondavam, àquela hora matinal. Os que se tinham deitado tarde, vagueando
pela cidade, estavam agora a dormir, as casas mal começavam a despertar nos seus
recantos com sardinheiras.
O caminho era mais arrojado ainda,
mas eu já mais experimentada e cheia de determinação.
Ia de autocarro dos Olivais Sul para
a Praça do Chile, depois a pé pela Morais Soares (ou de eléctrico, mas preferia
a pé para poupar o dinheiro e encontrar outras colegas pelo caminho). Chegada
ao Alto de S. João, descia uma grande calçada com casebres de gente muito
pobre, um bairro de lata, como se dizia então, que esse sim, me metia um pouco
de medo.
Nunca aconteceu nada, salvo um dia
em que uma petiza que nem 2 anos devia de ter, me atirou um alguidar de água
para cima, e a água parecia ter qualquer coisa adocicado. Deve ter sido
encomenda de algum irmão mais velho. Fiquei tão danada e estupefacta, que não
consegui dizer nada.
Chegada à escola, lá me limpei o
melhor possível, e nunca esqueci este episódio nem a figurinha da minúscula criança
que me deitou uma mistela qualquer para cima!
Muitas outras pequenas aventuras me
aconteceram nesta escola, onde encontrei professores que jamais esqueci, ótimos
professores mesmo. Fiquei na Patrício Prazeres até aos 16 anos.
Também me lembro vagamente de alguns
dos meus colegas, pena termos perdido o contacto, como acontece muitas vezes.
Desses tempos restou uma foto, que tinha esquecido e que encontrei há dias. Foi bom tê-la encontrado, nostalgias à parte.
Enquanto que nos liceus andavam meninas para um lado e
rapazes para o outro, e os professores eram, geralmente, pessoas distantes dos
alunos, nas tais escolas «comerciais» ensinavam-se coisas como dactilografia,
caligrafia, contabilidade, economia doméstica, mercadorias (esquisito!), francês
e inglês comercial, matemática, química...E rapazes e raparigas viviam em comum
no seu dia-a-dia escolar, aprendendo para a vida, sem agressões nem barreiras.
Isto sim, era verdadeira integração de todos.
Era tudo bons rapazes e boas «moças»!
Sai em 1971 com 15 anos.
ResponderEliminarProvavelmente cruzamo-nos, na Costa do Castelo ou na Alto do Varejão.
Também tinha por hábito de subir a Morais Soares e descer pela Rua Lopes…
Todos os anos se faz um almoço de confraternização dos antigos alunos dessa época…é maravilhoso encontrar as antigas colegas que há muito não víamos e até já tínhamos esquecido...
No Facebook há mais do que uma página dos actuais e antigos alunos...
Entrei para esta escola em 1971 com 16 anos e saí em 1977. Gostei acima de tudo dos professores que eram todos ótimos. Frequentei o curso nocturno porque de dia trabalhava. Haviam muitos rapazes da minha idade, mas também era normal cruzar-me com outros com um pouco mais de idade e embora não sendo muito mais velhos do que eu ainda assim eu achava-os estranhos.
ResponderEliminarEm 1960 fiz parte da Equipa de Andebol que bateu o pé aos meninos do Gil Vicente que andavam a piscar o olho as nossas meninas. Resultado: o Professor Américo fez de nós Campeões mas a nossa Patrício não foi aoCampeonato Nacional porque o mesmo foi cancelado Nos não éramos da então chamada ELITE
ResponderEliminarfiz parte da equipa anterior a tua também nós campeóes pela máo do falecido prof Américo, Esses jogos contra o Gil no meu tempo não eram oficiais, porque eles alinhavam com alguns craques que já eram federados, Um abraço
EliminarEstava hoje a mergulhar nas memórias do nosso tempo é qual não foi a surpresa ao ver a tua resposta. Talvez possamos comunicar sem ser por estas “horríveis redes” e assim vou enviar-te o meu e-mail que espero vejas. Imotaco@cox.net. Um grande abraço também. E vamos reviver os nossos tempos - mas só os bons 😊
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