quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Vila de Caneças, as fontes e tradições

 "Quando puderes beber na fonte não bebas no ribeiro"


Igreja de S. Pedro

Regressei hoje a Caneças, para rever os horizontes de alguns dias da minha infância e juventude. Admirei-me porque encontrei ainda muito arvoredo e silvas com amoras (colhi algumas e reconheci o sabor doce-amargo delas).

Quanto à vila, que está este ano a comemorar o seu centenário, conheci-a hoje pela 1ª vez, gostei sobretudo dos painéis de azulejos que mostram as suas várias fontes, a Fonte dos Passarinhos, dos Castanheiros... E não podia faltar a estátua do vendedor de água de Caneças em bilhas, que a traziam a Lisboa, e das lavadeiras de roupa com a trouxa à cabeça, que as entregavam nas casas das freguesas, já lavadas.



















sexta-feira, 18 de julho de 2025

 




«Quando a figueira tem figos,

Tudo nela é de gabar...»

diz António Nobre no seu livro «Só».
Eu que adoro figos, gabo-a sempre, este ano elas estavam lindas mas com os figos ainda pequenos.
Admiro-as sempre, são lindas as suas folhas e os seus frutos doces fazem as delícias dos pássaros e da gente gulosa como eu. Mesmo que a sua madeira não sirva nem para queimar.

terça-feira, 24 de junho de 2025

 Hoje é dia de S. João, comemorado em todo o país mas mais especialmente no Porto que tem S. João Batista como padroeiro.

Lá não pode faltar o manjerico, o alho porro ou o martelinho.

Já estamos no Verão, as festas do Solstício de Verão são muito antigas e encontram-se por toda a Europa.

Em Portugal temos as festas dos Santos Populares e ainda tenho de comprar um manjerico.



segunda-feira, 16 de junho de 2025

 



Bom dia com poesia, já que a tristeza, a ganância e o terror da guerra continuam por esse mundo.

Na natureza todos os seres se entreajudam.
Quanto ao género humano, parece que cada um quer ser superior ao outro.


A vida de muita gente
Não merecia tanta tristeza e tanta dor
Todos devíamos poder sorrir
Ao levantar do dia
Todos devíamos ser amados
E poder amar alguém
Até ao anoitecer
Dos nossos corações.




quinta-feira, 12 de junho de 2025

Cadamentos de Santo António 2025

 


                                   Santo António de Júlia Ramalho



Evento dos Casamentos de Santo António, desde 1958,no início chamado Noivas de Santo António, foi uma iniciativa criada para proporcionar a noivos com dificuldades económicas um matrimónio com tudo pago, desde os fatos à boda. Para meu grande espanto do que vi hoje nada disso se passa, constatando que pelo que vi e ouvi na reportagem televisiva que muitos deles se integram numa classe social média alta, devido às suas profissões, formados com cursos superiores. Será que o espírito do nosso santo lisboeta virou assim tanto? A realidade quotidiana de dificuldades económicas dos portugueses em geral, não apontam para isso. Que sejam felizes e que o senhor Moedas continue no seu sonho dourado.

domingo, 8 de junho de 2025

Dia 8 de Junho, Dia dos Oceanos

 Hoje, como em todos os outros dias do ano, é vital lembrar que os oceanos são essenciais ao equilíbrio do nosso planeta e à nossa sobrevivência bem como de todos os outros seres.

Que os seres humanos não se esqueçam de defendê-lo, agora e sempre.

Mar

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sophia de Mello Breyner Andresen



terça-feira, 20 de maio de 2025

Eleições Maio 2025

 


Um pequeno poema de Irene Lisboa, de grande ironia e sempre actual.



Hoje, como noutros tempos, Portugal no seu pior.
Muito falta de diálogo, de união por uma causa maior, neste caso a do bem do portugueses e da nação, no seu conjunto.
Preponderam os interesses individuais e as questóes materiais mesquinhas de cada um.
Mas a esperança nunca morrerá no coração dos homens e mulheres que lutam por um mundo melhor.




Este mundo é um curro.
E nem um curro será.
É um beco sujo,
um velho quintal.
As vizinhas malcriadas despicam-se, espreitam-se.
Lá estão elas de mãos na ilharga:
Tira, toma, é mentira, é falso.

Irene Lisboa