quinta-feira, 20 de julho de 2017

Pegadas na areia



Pegadas na areia

O mundo foi sempre caótico e injusto e continuará a ser.
O ser humano, uns maus outros bons, tendo até agora prevalecido em número os bons(ou mais ou menos), doutra forma já cá não estaríamos.
Esperemos que assim continue até ao infinito.


Na areia dos tempos, as pegadas do cão fazem uma linha recta, em frente uma da outra, marcando a sua determinação em seguir ou encontrar o seu objectivo.


As pegadas do Homem são quase lado a lado, para amparar o peso do corpo.
Ou será antes por indecisão, receio ou desejo de deriva?



domingo, 16 de julho de 2017

Educação e a Língua Portuguesa



Os pais, as crianças e a Língua Portuguesa

Os pais, as crianças e a língua portuguesa - estão todos um pouco baralhados.
Em menos de uma hora vi/ouvi uma criança a chorar a sério, aos berros, ao ser «embarcada» com outras numa canoa (Parque das Nações). Porque raio os pais a queriam fazer marinheiro/a à força, ou sem a devida preparação?

Mais à frente, um grupo de mamãs conversavam e carregavam com crianças já grandinhas ao colo. Uma delas perguntou à criança, tentando pô-la no chão, já cansada, claro: «Queres ir pelo chão?». Que raio de pergunta é esta? «Queres» pressupõe que a criança é que manda na mãe, que tem de ser escrava dele. «Pelo chão»? De que outro modo havia de ser, pelos ares?
Só se fosse no teleférico.
Felizmente que o passeio de domingo foi curto.





segunda-feira, 3 de julho de 2017

«Pôr-do-sol»


Todos os dias têm um fim
Todos os dias o sol se deita
No horizonte azul-rosa-lilás-roxo-cinzento
Mas neste dia
O pôr-do-sol foi assim

E eu estive a olhar
Esse céu infinito
Como se fosse eu que adormecia

Vi um pôr-do-sol
E tudo se tornou em magia. 
                                               Isabel del Toro Gomes




sexta-feira, 30 de junho de 2017

Presságio 


O amor, quando se revela
Não se sabe revelar
Sabe bem olhar p'ra ela
Mas não lhe sabe falar
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse
Se pudesse ouvir o olhar
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.

                                                                                         Fernando Pessoa

Salvador Sobral, vencedor do Festival da Eurovisão de 2017, com a canção Amar pelos Dois, de autoria de Luisa Sobral, dá voz e emoção a este poema de Fernando Pessoa, como se pode ver e ouvir no link abaixo.


https://www.youtube.com/watch?v=bqC4ol0a_6s




quarta-feira, 21 de junho de 2017



Solstício de verão 2017

O Verão ainda não começara e os fogos na zona de Pedrógão Grande já tinham provocado uma tragédia nunca vista em Portugal, com um dos maiores números de mortos e feridos de sempre, em toda a Europa. No fatídico dia 18 de Junho.


No dia 20 fui até à cidade de Lisboa e refresquei a mente e o corpo nos maravilhosos jardins da Fundação Gulbenkian, este ano a comemorarem os 60 anos, sempre frescos e bem ajardinados (até já conheço os jardineiros!). Fui presenteada logo à entrado, pelo lado da R. Visconde Valmor, por uma bela chilreada e pela visita de um pequeno pássaro com peito azul, que pousou no chão perto de mim, certamente a mirar a visitante e à espera de migalhas.


Muitas crianças pequenas cirandando e fugindo aos pais que tinham de correr atrás deles, sentindo-se livres como passarinhos. Havia patos nas cascatas, a tentarem refrescar-se, como nunca tinha visto. 


Gente e bicharada feliz num jardim escondido no meio da cidade, tentando fugir à caloraça. 
Muitos patos de todos os géneros: patos-reais, uma espécie nova de pato enorme, com penas muito coloridas no dorso.
Um pato acastanhado saiu da água e «atirou-se» ao meu pão-de- deus, que comia sentada num banco de pedra.


Outros estragavam animadamente a sementeira dos jardineiros...
No dia seguinte, lá iam ter de refazer tudo de novo.
Estava tão desanimada e triste, devido aos últimos acontecimentos dos fogos e respectiva tragédia, que achei piada àquilo tudo, como uma criança que nunca tivesse visto nada tão bonito.
No fundo, a vida continua, «quem se lixa é sempre o mexilhão».


O solstício de Verão foi esta noite, dia 20, às 4 horas da manhã, sensivelmente.
A esperança de que os incêndios se apaguem de vez, que caia chuva, e que não haja mais vítimas, é o motivo de todos nós, para nos fazer avançar pela montanha acima, seja esta pequena ou grande.




domingo, 18 de junho de 2017

O dia do Grande Fogo, em Pedrógão Grande


Barragem do Cabril-Pedrógão Grande

O dia do Grande Fogo em Pedrógão Grande 

Sofrimento, morte, destruição, fogos, um Presidente muito simpático e aos beijinhos, corrupção generalizada, bancos falidos, depositantes e emigrantes roubados, é o nosso pobre Portugal.
E não há guardas florestais em número suficiente porquê?
Nem se limpam os terrenos e florestas porquê?
Etc etc.
62 mortos (até ao momento, dia 18 às 14h), vítimas do fogo, da inalação de fumos, encurralados em estradas (IC8, E.N. 236, E.N.238), em casas, dentro dos carros, becos sem saída.
Bombeiros queimados, feridos, e que deverão ser bem cuidados nos hospitais públicos (esperemos), inutilizados para sempre, sem hipóteses de trabalho.
Sem poderem fazer nunca mais uma vida normal.
Tristeza e desânimo por ver que nada mudou, que nada melhorou quanto às infraestruturas básicas, antes pelo contrário: fecham-se escolas, maternidades, fábricas. Tudo está no nosso país cada vez pior. Tudo mais difícil, os jovens continuam a não ter trabalho ou a ser levianamente escravizados com horários de trabalho desumanos e salários de miséria.
Todos sentem terror e medo. A fome voltou, tendo os restaurantes de dar os restos de comida, todos os que vão a supermercados oferecendo alimentos para o Banco da Fome.
Medo de mais um verão de muito calor, cada vez mais quente, devido às alterações climáticas, sem dúvida. Pelo menos assim o afirmam os cientistas, e para as quais o execrável presidente dos Estados Unidos se está nas tintas.
62mortos, no dia 17 de Junho de 2017, século XXI. 
Desolação e muita gente para enterrar, tratar e ajudar.
O que vale é que somos um povo solidário.
Mas até quando?


                                                 Barragem do Cabril-Pedrógão Grande



sábado, 10 de junho de 2017

Casa-memória de Camões em Constância


Camões e Constância

Lenda, mito ou realidade?
Mais uma incerteza em relação à vida de Camões.
Constância terá sido o local onde Camões foi «exilado» para cumprir uma pena, não se sabe qual. Amores com alguma dama casada ou interdita? Escrita de algum poema ou soneto não muito apreciado pela corte, fidalgo ou clero?  Atitude fora dos cânones habituais?
Os génios têm destas coisas!!
No entanto, este local de exílio mais parece um Éden. É estranho ter sido colocado neste local tão belo. Se ainda o é ainda hoje,  também o devia ser à época, com plantas, flores e árvores maravilhosas, banhadas por dois grandes rios que ali se encontram: o rio Tejo e o rio Zêzere.


Uma muito antiga tradição de Constância, passada de geração em geração, afirma que Camões aqui terá vivido durante algum tempo, em cumprimento de uma pena a que fora condenado, apontando umas ruínas à beira do Tejo como tendo sido a casa que acolheu o épico.
Essa tradição ganhou expressão nacional graças ao empenho do dr. Adriano Burguete, médico constanciense que, nos meados do século passado, se esforçou por demonstrar a veracidade da tradição popular, e ao trabalho e persistência de Manuela de Azevedo, jornalista, que, de então para cá, tem dedicado a maior parte da sua vida a esta causa.
As ruínas da casa quinhentista foram classificadas como imóvel de interesse público em 1983. Sobre elas, depois de consolidadas, foi erguida a Casa-Memória de Camões, segundo projeto da Faculdade de Arquitectura de Lisboa. As obras, iniciadas em 1991, arrastaram-se por vários anos devido à dificuldade sentida pela Associação da Casa de Camões para reunir os financiamentos necessários.
Para além de preservar, valorizar e divulgar a relação de Camões com Constância, a casa acolherá um Centro Internacional de Estudos Camonianos.



segunda-feira, 8 de maio de 2017

VIVE LA fRANCE!!




ATÉ NUNCA, ADIEU,  MARINE LE PEN


No dia 7 de Maio de 2017, celebrou-se a Primavera de Paris.

Os franceses deram o exemplo ao mundo: nem o Presente nem o Futuro residirão jamais em ideologias baseadas  em políticas de direita, de racismo, de ostracismo, de exploração esclavagista dos trabalhadores, de economia selvagem, de desigualdades sociais/raciais/económicas ... em guerras ou em aumento de violência contra os mais fragilizados e/ou mais pobres.

Com a estrondosa derrota nas eleições presidenciais de ontem da  extrema direita, em França, a Europa ressurge com as cores azul, branco e vermelho, dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.





Pelo menos, há esperança no horizonte  no renascer da Europa como foi idealizada pelos seus criadores.

Em vez de uma loura falsa, hipócrita e agressiva (Le Pen), os franceses, que nunca foram parvos, digam o que disserem deles, elegeram Emmanuel Macron, o mais jovem presidente até hoje, que independentemente dos partidos que o apoiam ( ele diz-se «independente centrista»), é um homem culto e moderno, filho de dois médicos formados a pulso nos tempos em que estudar era só para alguns privilegiados.



Há de novo esperança / l' espoir para a Europa, para todos nós, que tão desiludidos andamos da velha política do «salve-se quem puder» e de «cada um por si». E de guerras e lutas que nada resolvem.


«Allons enfants de la Patrie...»...
Vive la France!!

domingo, 30 de abril de 2017

POrto Santo



A fuga

Deste inóspito frio
Quero apenas fugir
Para tão longe
Que nunca mais possa voltar
Fujo para todo o sempre
Deste inverno impiedoso
Que me destrói e gela até aos ossos.


Quero apenas existir
Naquela formosa ilha amena
porto santo de pequenas colinas
praias afáveis de águas límpidas
Para todo o sempre





sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

2017: O ano de todas as (des)esperanças


O ano 2016 já lá vai. Todos são unânimes em dizer que foi um ano péssimo, a desilusão é grande, as crises sucedem-se desde há onze anos pelo menos (não deviam de ser só dez anos?), o nível de vida baixou assustadoramente, ao invés do desemprego e de outras desgraças económico-sociais que aumentaram e que continuam a aumentar, estatísticas e marketing à parte!

Violência, guerra, terrorismo, actos gratuitos de crueldade contra o seu semelhante caracterizaram o mundo em 2016 e as primeiras horas de 2017.

Hoje é o sexto dia do mês de Janeiro, muita coisa aconteceu já em 2017, na vida de cada um. Coisas alegres, coisas tristes, boas e más, como sempre. Continuemos a lutar por um mundo melhor, cada um a seu modo. Este é o meu, o das palavras simples e concretas. 



2017
E o ano lá vai entrando

Ao som de foguetes

Muitos fogos

Muitas panelas a bater

Muita gente que pula e dança

Nas ruas até ao amanhecer.



Como se não houvesse amanhã

Como se as guerras deixassem de se fazer

Como se os atentados deixassem de acontecer

Como se todos os refugiados, todas as vítimas

De todas as guerras e violências

Estivessem de novo em casa

Sentados na  sala a sorrir e a brincar

Com os filhos que não morreram afinal

Naquele imenso mediterrâneo sangrento.

Fugir pelo mar quando a terra lhes é roubada…



E o ano lá vai chegando

Chuvoso triste e nevoento.

                                                   Janeiro 2017


sábado, 19 de novembro de 2016

«O Piano» de Isabel del Toro Gomes



O piano


Ao longe, num palco qualquer

Alguém o piano tocava

E eu ouvia

Aqui à espera sentada.

A concertista

Fazia exercícios rápidos

E os seus dedos mágicos

Eram como crianças endiabradas

Aos saltos.

O piano cantava

A música rodopiava

O mundo como que parava

E eu aqui sentada

Ouvia e lia poesia.






sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Até já Leonard Cohen


Leonard Cohen morreu às primeiras horas de hoje, dia 11 de Novembro.
Mas será para sempre lembrado com o seu sorriso enigmático e pensativo, com os seus poemas e as suas canções que parecem embalar-nos numa voz paternal e quente.
Até já Leonard Cohen.



Suzanne

Suzanne takes you down to her place near the river
You can hear the boats go by
You can spend the night beside her
And you know that she's half crazy
But that's why you want to be there
And she feeds you tea and oranges
That come all the way from China
And just when you mean to tell her
That you have no love to give her
Then she gets you on her wavelength
And she lets the river answer
That you've always been her lover
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that she will trust you
For you've touched her perfect body
With your mind

And Jesus was a sailor
When he walked upon the water
And he spent a long time watching
From his lonely wooden tower
And when he knew for certain
Only drowning men could see him
He said "All men will be sailors then
Until the sea shall free them"
But he himself was broken
Long before the sky would open
Forsaken, almost human
He sank beneath your wisdom like a stone
And you want to travel with him
And you want to travel blind
And you think maybe you'll trust him
For he's touched your perfect body
With his mind
Now Suzanne takes your hand
And she leads you to the river
She is wearing rags and feathers
From Salvation Army counters
And the sun pours down like honey
On our lady of the harbour
And she shows you where to look
Among the garbage and the flowers
There are heroes in the seaweed
There are children in the morning
They are leaning out for love
And they will lean that way forever
While Suzanne holds the mirror
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that you can trust her
For she's touched your perfect body
With her mind


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

«Montanha Russa» de Isabel del Toro Gomes

Gerês

Montanha Russa

Cada dia é uma montanha
Que temos de escalar pedra a pedra
E depois descer com mil cautelas
Montanha russa na Feira da Vida
Subimos e descemos
Choramos e rimos
Juramos que nunca mais repetimos
Mas sempre de novo somos atraídos
Já estamos cansados, exaustos
Corpo dorido, pés sofridos
Mas continua a ser preciso
Escalar a montanha do riso.

                                                                                  anos 90



Este foi um dos poemas publicados na antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea, Volume VI, coordenada por Ângelo Rodrigues, da Editorial Minerva

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

«Flicts» de Ziraldo


A poucos dias de se poder ver a maior Lua dos últimos 70 anos (segunda feira dia 14 de Novembro), recordemos Ziraldo (escritor, desenhista e cartoonista brasileiro) que que escreveu um livro dedicado às crianças, editado pela primeira vez em 1969.
Flicts conta a história de uma cor diferente, que não consegue se encaixar no arco-íris, nas bandeiras, em lugar nenhum, e que ninguém reconhece nem dá valor. Ao longo do livro, Flicts vai-se conformando com a sua situação, pensando ser inferior às outras.


Ziraldo transmite-nos, afinal, a mensagem de que todos merecem ser respeitados tal como são e que todos merecem o seu lugar no mundo, por mais diferentes que sejam.
E Flicts também encontra o seu lugar: a Lua.
Editado no mesmo ano em que o Homem chegou à Lua pela primeira vez, Flicts é uma daquelas obras que resistem ao passar do tempo e das luas.


Este foi o primeiro livro infantil de Ziraldo e o sucesso foi tanto que mudou a vida do autor, que continuou a escrever histórias como O Menino Maluquinho, A Menina Nina e Turma do Pererê.
Enquanto não lêem estes fantásticos livros (que belo presente de Natal!), podem ver este vídeo feito a partir de Flics.

https://www.youtube.com/watch?v=L-J6nQUmnuo

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Fernando Pessoa no café «A Brasileira» no Chiado»


A Brasileira e Fernando Pessoa


Lagoa Henriques é o autor da escultura representativa do poeta Fernando Pessoa que se encontra na esplanada do Café  A Brasileira, no Chiado, em Lisboa.
Mestre e motivador de sucessivas gerações de criadores artísticos, autor de desenhos e esculturas notáveis, poeta, conferencista e coleccionador de peças tão diversas como pinturas, conchas, livros, troncos de árvores e outros acervos, segundo o seu site na Internet, Lagoa Henriques "deixa um vazio" no círculo em que se movimentava.

Lagoa Henriques lega-nos uma obra marcada pela transfiguração das formas clássicas através do contacto directo com as pessoas, a cidade e a natureza. Exemplo emblemático dessa ligação das formas eruditas ao quotidiano é a estátuta que criou de Fernando Pessoa, sentado a uma mesa do Café A Brasileira, que o poeta frequentava para escrever e falar com os amigos.
António Augusto Lagoa Henriques, nascido em Lisboa a 27 de Dezembro de 1923, era grande admirador Fernando Pessoa e de Cesário Verde. Dizia que Pessoa tinha sido o seu mestre da realidade interior e Cesário o mestre da realidade exterior, inspirando muitas das suas esculturas, como a do Grupo das Varinas.


O ensino foi outra grande paixão do escultor, que continou a dar aulas e a fazer conferências após completar 80 anos, nomeadamente na Escola de Superior de Belas-Artes do Porto e de Lisboa, e na Universidade Autónoma.

Costumava levar os alunos de desenho à rua para que tivessem contacto com o movimento da cidade, as pessoas, os elementos da natureza, aliando o ensino das formas clássicas à descoberta da realidade.

Foi na Escola de Belas-Artes de Lisboa que iniciou os estudos de escultura, em 1945, mas passados dois anos transferiu-se para a Escola de Belas-Artes do Porto, onde teve como referência principal da sua formação artística o professor Barata Feyo.


Finalizado o curso com nota máxima, conseguiu uma bolsa e foi estudar para Itália, orientado pelo escultor Marino Marini. Esteve ainda em França, Bélgica, Holanda, Grécia e Inglaterra, países onde conseguiu uma visão ampla do ensino do desenho e escultura que viria a introduzir em Portugal.

Regressado ao país natal, a sua carreira fica marcada, nos anos 70, pela destruição de um grande número de peças devido a um incêndio que eclodiu no seu atelier, em Lisboa.

Além da conhecida estátua de Fernando Pessoa, deixou muitas obras de arte pública em várias localidades, como o conjunto "União do Lis e Lena", no centro de Leiria, a escultura de Alves Redol em Vila Franca de Xira (que causou polémica na altura, por ter retratado o escritor nu, apenas com a boina na cabeça), e do poeta popular António Aleixo, em Vila Real de S. António.

Entre outros, recebeu o Prémio Soares dos Reis, o Prémio Teixeira Lopes, o Prémio Rotary Clube do Porto, o Prémio Diogo de Macedo e o Prémio de Escultura da II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.



sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Prémio Nobel da Literatura 2016


Os anos 60 são a grande moda em 2016.
Moda no sentido de libertação de regras austeras e apertadinhas, libertação dos povos oprimidos, libertação do indivíduo no seu todo, dando-lhe asas nunca anteriormente oferecidas (muito menos dadas), do regresso à natureza exaltando a sua beleza - flores flores flores...


A música e a poesia dá vida a todas essas coisas tão simples e ao Amor livre, sem a libertinagem anterior. O Homem deixou de ser aquele ser «estúpido» e enganador de mulheres (tendo várias mulheres ao mesmo tempo, indo a prostitutas, apanhando doenças venéreas mortais e transmitindo-as às suas mulheres e a outras...).


Os hippies não queriam a guerra, já tinha havido muitas, 2 guerras mundiais devastadoras e cruéis.
Bob Dilan passou por muitas fases diferentes, incluindo a fase hippie nos anos 60 do século XX.
Se pensarmos bem, possivelmente Bob Dilan foi muito bem escolhido mesmo para o Prémio Nobel da Literatura, porque a Literatura é vida, movimenta-se, não fica estagnada em letras mortas e vazias. Bob Dilan representa a vida e não a destruição e morte que hoje temos de volta em todo o mundo.
Certamente a Academia sueca quis dar este ano um cunho simbólico de Alegria e Vida, Bondade e Inteligência (para cantar e tocar dois instrumentos ao mesmo tempo é precisa muita inteligência), num mundo onde reina a infelicidade e tristeza, a ganância cega e estúpida dos que detém o poder.
Eu acredito que sim e concordo plenamente.