segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Primavera
O frio não consegue apagar o desejo de primavera
O sol vai espreitando atrás das nuvens
E todos vamos sonhando com ela
Como a primavera é bela!!
´
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
«Valsa dos dias» de Isabel del Toro Gomes
Picos da Europa -Espanha
Valsa
dos dias
Cada
dia é apenas um dia
Nada
mais que uma gota
Deste
mar em que navegamos
Cheio
de nada
Ou
vazio de tudo.
Apenas
um dia
De
cada vida.
Nada
mais que uma gota
Desta
imensa chuva
Em
que nos molhamos.
Apenas
um dia
Minúscula
malha da grande rede
Em
que com desespero nos prendemos
À
espera da vida por que lutamos.
Até
que chega um dia
Apenas
mais um dia
Das
nossas vidas
Em
que, por fim, morremos.
Isabel del Toro Gomes
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
«Azul e verde» de Isabel del Toro Gomes
Azul e verde
Gostava
de poder deixar
Os
meus olhos aqui
Quando
partisse para outro lado
Ficavam
assim como estou agora
A
olhar os campos, o céu e o mar
Espantados
de tanto ver
Ofuscados
de tanto ser
Ficariam
aqui fixos no céu alto
Perdidos
no mar que brilha
De
tons verdes em ritmo de azul
E
para onde quer que eu fosse
Caminharia
às cegas pelas ruas
E
só veria as coisas belas
Em
fundo azul e verde.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
«Como se faz o poema» de Nuno Júdice
COMO SE FAZ O POEMA
Para falarmos do meio de obter o poema,
a retórica não serve. Trata-se de uma coisa simples, que não
precisa de requintes nem de fórmulas. Apanha-se
uma flor, por exemplo, mas que não seja dessas flores que crescem
no meio do campo, nem das que se vendem nas lojas
ou nos mercados. É uma flor de sílabas, em que as
pétalas são as vogais, e o caule uma consoante. Põe-se
no jarro da estrofe, e deixa-se estar. Para que não morra,
basta um pedaço de primavera na água, que se vai
buscar à imaginação, quando está um dia de chuva,
ou se faz entrar pela janela, quando o ar fresco
da manhã enche o quarto de azul. Então,
a flor confunde-se com o poema, mas ainda não é
o poema. Para que ele nasça, a flor precisa
de encontrar cores mais naturais do que essas
que a natureza lhe deu. Podem ser as cores do teu
rosto – a sua brancura, quando o sol vem ter contigo,
ou o fundo dos teus olhos em que todas as cores
da vida se confundem, com o brilho da vida. Depois,
deito essas cores sobre a corola, e vejo-as descerem
para as folhas, como a seiva que corre pelos
veios invisíveis da alma. Posso, então, colher a flor,
e o que tenho na mão é este poema que
me deste.
uma flor, por exemplo, mas que não seja dessas flores que crescem
no meio do campo, nem das que se vendem nas lojas
ou nos mercados. É uma flor de sílabas, em que as
pétalas são as vogais, e o caule uma consoante. Põe-se
no jarro da estrofe, e deixa-se estar. Para que não morra,
basta um pedaço de primavera na água, que se vai
buscar à imaginação, quando está um dia de chuva,
ou se faz entrar pela janela, quando o ar fresco
da manhã enche o quarto de azul. Então,
a flor confunde-se com o poema, mas ainda não é
o poema. Para que ele nasça, a flor precisa
de encontrar cores mais naturais do que essas
que a natureza lhe deu. Podem ser as cores do teu
rosto – a sua brancura, quando o sol vem ter contigo,
ou o fundo dos teus olhos em que todas as cores
da vida se confundem, com o brilho da vida. Depois,
deito essas cores sobre a corola, e vejo-as descerem
para as folhas, como a seiva que corre pelos
veios invisíveis da alma. Posso, então, colher a flor,
e o que tenho na mão é este poema que
me deste.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
«Mãe...é para ti» de Isabel del Toro Gomes
Mãe…
é para ti
mãe adorada
Jamais
te esquecerei
Finalmente
chegou
Ao
fim a tua caminhada.
Mas
o caminho continua
Não
vás tu pensar
Que
vais ficar parada,
Que
era o que tu não querias
Nem
por nada.
Parar,
isso nunca
Morrer
nem pensar
Isso
nunca!
E
De modo nenhum
Num
fatídico dia treze!
E
que frio de rachar
Que
nos deixa transidos
De
paixão e de dor!
Querida
mãe
Jamais
te deixarei só
Pelos
atalhos do teu sonho
O
sonho grande de amar
E
ser amada
Da
família, da paz e da harmonia
Esse
imenso sonho
Que
em cada dia te fugia
E
em pó no ar se desvanecia…
E
quanto tu mais atrás dele sorrias
Mais
ele desaparecia…
Tanta
fatalidade tanta tristeza!
mãe
Jamais
as tuas longas mãos
poderei
apertar
o
teu misterioso rosto beijar
o
teu resistente corpo abraçar
não
te digo adeus , só até logo!
mãe
Para
sempre Continuaremos
a
fazer compras
No
lugar aprazado
Lado
a lado
Numa
imensa e infantil cumplicidade.
Agora
está na hora
De
irmos lanchar,
Agora
é a hora maior:
Um
chá dois bolos e uma torrada,
Que
extraordinário momento de felicidade!
minha
mãe adorada
contigo
aprendi quase tudo
que
tu fazias questão de me ensinar
mais
e sempre mais…
que
a vida mais nos tira do que nos dá…
mesmo
assim é um pequeno prazer
Mesmo
um dever…
Nunca
disso esquecerei!
Minha
mãe
Pois
então, o caminho é para continuar…
Eu
tão pequena
E
tu à minha espera de braços abertos
Lá
ao fundo da dor
À
espera de mim
Para
dos pesadelos da noite me consolar,
noite
escura e longa…
minha
mãe
que
vida e que noite tão longas…
agora
que caminhas livre
finalmente
em liberdade
ficas
a saber, agora sim,
que
todos te amaram
e
jamais te esquecerão.
16 de Janeiro de 2014
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
NATAL EM LISBOA 2013
presépio concebido pelo professor de Expressão Plástica Paulo Costa com o apoio dos alunos e dos professores das AEC,da Escola EB1 Luisa Ducla Soares, numa parceria com a Plataforma LX, e a Associação Passeio Público
Lisboa meu Amor
vem à minha cidade
Bela De lisboa
Onde vim ao mundo
Num anónimo 3º andar
Duma rua COM plátanos
Que espreitavam pelas janelas
Únicas testemunhas
Daquele destemido e
Desesperado acontecimento.
Vem á minha cidade
Bela De lisboa
Onde te espero
Desde sempre
Por Onde vou passando
E dando quedas à toa
Em qualquer buraco
E tu me amparas
Quando vais ao meu lado.
Vem à minha cidade
Bela De lisboa
Onde mesmo assim é natal
Neste ano da graça
De dois mil e tal.
Isabel del Toro Gomes, Natal 2013
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