quinta-feira, 28 de junho de 2012

Jean-Jacques Rousseau









Comemoram-se este ano os 300 anos do nascimento de Jean-Jacques Rousseau, um dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII. A sua obra inspirou reformas políticas e educacionais e tornou-se, mais tarde, a base do chamado Romantismo. Formou, com Montesquieu e os liberais ingleses, o grupo de brilhantes pensadores, pais da ciência política moderna.
 




A espécie de felicidade de que preciso não é fazer o que quero, mas não fazer o que não quero.

A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada.

Amo-me a mim próprio demasiado para poder odiar seja o que for.

O que viveu mais não é aquele que viveu até uma idade avançada, mas aquele que mais sentiu na vida.

Não há nada que esteja menos sob o nosso domínio que o coração, e, longe de podermos comandá-lo, somos forçados a obedecer-lhe.

O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado.

A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

«Como os outros» de Sebastião Alba

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        Como os outros

Como os outros discípulo da noite
frente ao seu quadro negro
que é exterior à música
dispo o reflexo Sou um
e baço

dou-me as mãos na estreita
passagem dos dias
pelo café da cidade adotiva
os passos discordando
mesmo entre si

As coisas são a sua morada
e há entre mim e mim um escuro limbo
mas é nessa disjunção o istmo da poesia
com suas grutas sinfónicas
no mar.

 
A vida deste homem-poeta poderia dar muitos filmes ou ser tema de muitos livros. Mas nada ou quase nada acontece.
Apenas que a poesia era para ele uma forma de respirar, a própria  arte, a própria vida.
 
Sebastião Alba (pseudónimo,)  nasceu em Braga, Portugal em 1940. Após viajar para Moçambique, passou a conviver com um importante grupo de escritores e intelectuais. Foi jornalista, guerrilheiro político, e teve uma vida bastante agitada e cheia de desilusões, com passagens por prisões e hospitais psiquiátricos. Alba passa com o tempo a viver como andarilho, acabando por morar na rua e morrendo atropelado por um motorista em Braga sua terra natal.

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Em 1996, a Editora Assírio&Alvim publica, por iniciativa de Herberto Hélder, A Noite Dividida, que tenta recuperar o conjunto da sua obra poética, embora incompleta. A arte poética evidenciada nesta antologia coloca Sebastião Alba numa posição cimeira da poesia portuguesa. No entanto, ele continua, até hoje, a ser um poeta marginal, ou, como muitos gostam de dizer, um poeta menor. 

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Fénix Renascida


Aqui estou de novo, renascida das cinzas.
A doença que teima em não me deixar tranquila e que me quer levar de vencida (e consegue mesmo), foi a causa desta ausência.
Graças aos meus dois anjos da guarda, um com asas e invisível, outro bem visível,  ao Deus do Universo, e a uma força que vou buscar não sei aonde, venci mais uma vez!
Os amigos ajudaram também. 
Da minha grande amiga do Canadá, que tem a mesma doença que eu, companheiras de infortúnio e amparo mútuo, da Graciela, recebi este belo poema de incentivo e de amizade.
É um tributo à amizade e dedico-o à minha família e a todos os amigos.
 


A Hug Certificate for You! 
This poem is very sweet. 

If I could catch a rainbow  
I would do it just for you  
And share with you its beauty  
On the days you're feeling blue.  

If I could build a mountain  
You could call your very own;  
A place to find serenity,  
A place to be alone.  

If I could take your troubles  
I would toss them in the sea,  
But all these things, I'm finding,  
Are impossible for me.  

I cannot build a mountain  
Or catch a rainbow fair,  
But let me be what I know best,  
A friend who's always there.. 



This is a Hug Certificate!! 

 

domingo, 20 de maio de 2012

A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia. de Selma Lagerlof

                                                Quadro da escritora pintado por Carl Larsson

Selma Lagerlof (1858-1940) foi uma escritora sueca que se tornou famosa devido ao livro que escreveu entre 1906 e 1907, A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1909, entre outros.
Selma nasceu e viveu a sua infância na propriedade de seus pais, situada na parte oeste da Suécia, região repleta de mitos, lendas e histórias fantasmagóricas. Devido a um defeito articular na perna esquerda que a impedia de andar, passou a infância imobilizada, passando o tempo a ouvir as muitas histórias e lendas contadas por sua ama e a ler.
Mais tarde, começou miraculosamente de novo a andar e aos 15 anos Selma decidiu ser escritora, começando por escrever poesia. Como a situação financeira da família entrou em declínio, com a ajuda do irmão conseguiu formar-se e tornou-se professora de História. 
Foi escrevendo muitas obras, ganhando prémios e tornando-se famosa. Mais tarde, o diretor de uma escola fez-lhe a proposta de um livro para crianças das escolas primárias, que ensinasse a história e a geografia da Suécia. Assim nasceu a obra A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia, concluída em 1907.
Esta obteve tamanho sucesso que Selma pôde finalmente realizar o sonho de reaver a propriedade dos pais, comprando-a de novo em 1910. 
Esta obra ultrapassou largamente as expetativas da autora, pois tem sido lida por muitas crianças e adultos do mundo inteiro, dando a conhecer as regiões magníficas deste país, tão longíquo para a maioria dos leitores.
Tudo é prodigioso neste livro, que nos retrata a Suécia do século XIX e princípios do XX como um país predominantemente rural, onde se sobrevivia com dificuldade vivendo da terra e do que esta oferecia. Uma imagem bem diferente da próspera Suécia dos dias de hoje. Um país pobre que se tornou num dos mais ricos da Europa. Como? A História tem muita coisa a ensinar aos Homens, se eles quiserem!
A história trata de uma viagem que um jovem pastor de 14 anos, transformado em liliputiniano, faz no dorso de um ganso doméstico, seguindo o voo migratrório de um bando de patos selvagens até à Lapónia. Quando a viagem começa ele não passa de um rapaz irresponsável e ignorante, mas ao longo da viagem muitas aventuras e peripécias  se vão passar, que lhe trarão grandes aprendizagens.
Quem não gostaria de fazer esta maravilhosa viagem, mesmo passando as agruras por que Nils passou? Aqui fica o convite:

Nils voava muito alto - por baixo dele, estendia-se a grande planície da Ostrogócia. Divertia-se a contar as igrejas, brancas, cujas flechas surgiam por entre os maciços das árvores. Em breve, contou cinquenta. Depois, enganou-se e desistiu da contagem.
  
Selma Lagerlof,  Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia       
        


domingo, 13 de maio de 2012

«Duas ou três coisas que sei sobre livros» de Manuel António Pina



Na revista Notícias Magazine, publicada hoje com o jornal  Diário de Notícias, encontrei algumas palavras sábias de Manuel António Pina, no seu artigo Duas ou três coisas que sei sobre livros. 
Eis algumas delas:

(...)
Outra coisa que sei é que não se deve pedir de mais aos livros. Também eu, nos inquietos anos da juventude, exigi dos livros que transformassem o mundo e das palavras que me dissessem o que julgava que sabia. Depois fui aprendendo, lendo livros, que a sabedoria das palavras é feita de irrisão e de silêncio, de liberdade e de desnecessidade, e que, mesmo que as palavras e os livros possam transformar o mundo, nem as palavras nem os livros gostam de ser empurrados.
Terceira coisa: ler é um acto de amor. Se o leitor não for um amante, se o escritor for um proxeneta, os livros entregar-se-ão sem paixão e sem ternura...Um dos piores crimes praticados contra os livros é obrigarmo-nos a lê-los.
(...)