segunda-feira, 30 de setembro de 2024

«Ano 2024 ano morte guerra escuridão




Escrevo cada

                     poema

Como o último dos

                               poemas

Desenho cada palavra

Como se fosse a única


Ponho 

          em cada verso

toda a dor

a tristeza completa


Cada linha vermelha de sangue

Negra de morte

ocupa todo o meu 

                            viver

a minha escrita

                        é um crepúsculo

                        o céu em fogo

                        as bombas que caem 

                        as armas que matam

                        as vítimas que caem 

                        nas terras em chamas

                        crianças que morrem

                        soldados que morrem 

                       soldados que matam

Ano de 2024

mergulhado em guerra, morte e escuridão.


Maria Isabel 





quinta-feira, 29 de agosto de 2024

 




Partida 

 

Mal o dia começou

E já te vejo partir

No meio do frio e do vento

Nesta manhã sem sol

Vejo-te correr apressado

E eu aqui fico sem ti

A cama ainda quente

As horas passam

Queria fazer tanta coisa

E não consigo...

Depois vejo-te regressar

Na imensidão da noite

Cansado e sorridente

Cheio de amor para me dar

Ouço a chave na porta

Eu aqui à tua espera

Temos tanta coisa para contar

E o amor à flor da pele

E o coração a bater

Vejo-te a regressar

O jantar a fumegar

E tu a dizeres

"Pensei em ti"

Eu também não me esqueci

Amanhã estaremos juntos

E se fôssemos jantar?

                                                       7 de Janeiro 1975

 


segunda-feira, 26 de agosto de 2024

«Sesimbra» de Isabel del Toro Gomes

 


Sesimbra

 

 

Recordo o mar de Sesimbra

Esse mar que nos chama

E nos cativa, lá do fundo

E que é sempre da cor do céu

 


 

Esse mar em que todas as coisas

Se confundem e se misturam

Algas, rochas, lapas

Peixes, conchas, pedras

 

 

 


 

Ali, na linha do horizonte

Azul é o céu

Azul é o mar

Azul é a esperança

 


 

 

Ouço o teu apelo amigo

De dia suave e calmo

De noite rouco e turbulento

E respondo então assim

Mar grande e profundo

Estou aqui!

Deixa-me mergulhar em ti.

 

sábado, 13 de julho de 2024

«A minha cama é o Mar» (6 de Julho 2002)





A minha cama é o mar

É o mar azul verde cor de areia
Adormeço ao sabor das ondas
E acordo no embalo dos seus braços

Passo os meus dias
A olhar o verde
O azul marinho
O azul cinza 
O azul cor de areia

Caminho na sua espuma branca
Gravo os meus passos nas grandes dunas
No seu fundo deserto
Deixo o rastro de alegrias
De tristezas e de emoções
Nas escarpas rochosas
Mergulho em sonhos, ilusões 

Abandono o meu ser
E a minha alma no areal
Abandono o meu corpo de sereia
Por fim, nós sozinhos
Nos lençóis do infinito
E então, olhando o mar
Sonho com o verbo amar.


Isabel del Toro Gomes




sábado, 6 de julho de 2024

Quinta das Lavandas


Passámos 4 dias nesta bela e agradável quinta, que se situa a 4 km da também bonita  vila de Castelo de Vide, em que se plantam as lavandas, tal como na Provença, em França.
Foi criada de raiz por um simpático e acolhedor casal, que aí não só plantaram as lavandas , de que produzem vários produtos delas derivadas (óleos, sabonetes, raminhos de cheiros, saquinhos para colocar nas gavetas e armários...) como construiram uma casa de turismo rural, com vários quartos confortáveis e várias salas para pequeno-almoço, para ver televisão ou ouvir música. 
É sem dúvida um projecto muito bem pensado, onde se tem a oportunidade de ver os maravilhosos campos lilases de lavanda ou passear pela quinta e ver os seus diversos espaços.


                                                              Jardim dos Sentidos


 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

«Os patinhos»

 



Eu gostava muito 

De ter um lago

Nem que fosse pequenino

Onde os patinhos

Entre os juncos pudessem nadar

Nadar.


terça-feira, 6 de dezembro de 2022

«Dezembro»


Dezembro


Dezembro, com muito sol e folhas caídas.


Os dias passam lá fora, rápidos,

Os periquitos de colar voam em bandos

Sempre em viagem

Fazendo uma enorme barulheira

Para nós olharmos para eles

E ficarmos com inveja.

I:G,