sexta-feira, 22 de maio de 2020

Eritrina Crista-de-galo



Mais uma descoberta na floresta da Portela de Sacavém, que neste caso podia ser na amazónica, pois esta árvore exuberante é originária do sul do Brasil e da Argentina: a eritrina crista-de-galo, que está na época de floração dum vermelho muito vivo, cujas flores se assemelham à crista dum galo.


Quem lhe deu o nome acertou em cheio.
Tem um grande valor comercial (madeira) e paisagístico e não conheço mais lugar nenhum que as tenha plantado.



sábado, 9 de maio de 2020

«O Íbis» de Fernando Pessoa


A fazer planos para o futuro, como o Íbis, que sonha e esquece.

O Íbis
O íbis , ave do Egito,
Pausa sempre sobre um pé
(O que é esquisito).
É uma ave sossegada
Porque assim não anda nada.
Uma cegonha parece
Porque é uma cegonha.


Sonha Esquece-
Propriedade notável
De toda ave aviável.
Quando vejo esta Lisboa,
Digo sempre, Ah quem me dera
( E essa era boa)
Ser um íbis esquisito
Ou p'lo menos 'star no Egito. 

Fernando Pessoa





sexta-feira, 8 de maio de 2020

75 anos do fim da II Guerra Mundial


75 anos do fim da II Guerra Mundial


A 8 de maio de 1945, a Alemanha Nazi capitulou. Era o fim da II Guerra Mundial na Europa. Este conflito moldou a história alemã como nenhum outro acontecimento. Passados 75 anos, preservar a memória é fundamental.

E em 2020, a Guerra é contra um inimigo invisível, o Covid 19. Que está a moldar também a história do mundo.
É preciso dar-lhe luta, como em todas as outras guerras.

Hamburgo em agosto de 2019 (destruída em cerca de 50% durante a II Guerra Mundial)



domingo, 3 de maio de 2020

«Mãe Negra» de Aguinaldo Fonseca


Para todas as mães do mundo, um bom dia da Mãe.


Aguinaldo Fonseca (Mindelo, Cabo Verde, 1922Lisboa, 2014)

MÃE NEGRA
A mãe negra embala o filho.
Canta a remota canção
Que seus avós já cantavam
Em noites sem madrugada.
Canta, canta para o céu
Tão estrelado e festivo.
É para o céu que ela canta,
Que o céu
Às vezes também é negro.
No céu
Tão estrelado e festivo
Não há branco, não há preto,
Não há vermelho e amarelo.
—Todos são anjos e santos
Guardados por mãos divinas.
A mãe negra não tem casa
Nem carinhos de ninguém...
A mãe negra é triste, triste,
E tem um filho nos braços...
Mas olha o céu estrelado
E de repente sorri.
Parece-lhe que cada estrela
É uma mão acenando
Com simpatia e saudade... 

Aguinaldo Fonseca (Cabo Verde)



sexta-feira, 1 de maio de 2020

Dia do trabalhador




Dia do Trabalhador, o 1º do mês de Maio.
Geralmente um dia com manifestações em todo o mundo, com passeios pelos jardins cheios de verdura e de flores, pelo campo ou à beira mar.
Este 1º de Maio de 2020 não é assim, é mais um mês de isolamento em casa, de desolação e tristeza pelas muitas vítimas provocadas por um novo e terrível vírus, e de medo e angústia.

Vamos, no entanto, mesmo em casa, simbolicamente, levantar a bandeira da luta contra a opressão e continuar a lutar pelos direitos de quem trabalha e constrói este mundo: os trabalhadores.



Alguém que luta nas ruas

E faz ouvir a sua voz

Contra aqueles que disseram

Nós somos os senhores do mundo.

I.G.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

«História de um caracol que descobriu a importância da lentidão» de Luis Sepúlveda




Luis Sepúlveda (Ovalle, 4 de outubro de 1949Oviedo, 16 de abril de 2020) foi um romancista, realizador roteirista, jornalista e activista político chileno
Residia ultimamente em Gijon, Espanha, após viver entre Hamburgo e Paris
Morreu em Abril deste ano de Covid 19, depois de muitos dias de luta contra este vírus que está a assolar o mundo e a causar milhares de mortos.
Depois de vencer tantas dificuldades e barreiras desde jovem, de combater contra o fascismo de Pinochet e de lutar pela liberdade do seu país, o Chile, foi este vírus desconhecido que o fez sucumbir.
Deixou-nos uma grande obra, entre a qual realço este livro «História de um caracol que descobriu a importância da lentidão», que resultou de uma pergunta feita por um dos seus netos e que é uma lição para todos nós, que vivemos num mundo cada vez mais rápido e indiferente aos outros.
E que nos revoltamos, por vezes, contra a lentidão e contratempos a que a passagem do tempo pelo nosso corpo nos constrange.

- Quero saber porque sou tão lento - segredou o caracol.
O mocho abriu então os seus olhos enormes e redondos e observou atentamente o caracol.. Depois fechou-os outra vez.
-És lento porque carregas um grande peso - revelou-lhe o mocho.
(…)
Tu és um jovem caracol e tudo o que viste, tudo o que provaste, as coisas amargas e doces, a chuva e o sol, o frio e a noite, tudo isso vai contigo, pesa, e, como és tão pequeno, esse peso torna-te lento.


quinta-feira, 23 de abril de 2020

23 de abril 2020 - Dia Mundial do livro





O que seria de todos nós , sem os livros, em todos estes dias de isolamento profilático, sem poder sair de casa?



Era muito mau, de certeza, porque os livros nos trazem o mundo lá de fora, nos falam de viagens, de coisas que não podemos ver nem sentir agora. 
E nos impedem de estar sempre a ver as notícias do Covid 19!


Ítalo Calvino disse:
«Só nas leituras desinteressadas pode acontecer encontrares o livro que se tornará o «teu livro».