segunda-feira, 8 de maio de 2017

VIVE LA fRANCE!!




ATÉ NUNCA, ADIEU,  MARINE LE PEN


No dia 7 de Maio de 2017, celebrou-se a Primavera de Paris.

Os franceses deram o exemplo ao mundo: nem o Presente nem o Futuro residirão jamais em ideologias baseadas  em políticas de direita, de racismo, de ostracismo, de exploração esclavagista dos trabalhadores, de economia selvagem, de desigualdades sociais/raciais/económicas ... em guerras ou em aumento de violência contra os mais fragilizados e/ou mais pobres.

Com a estrondosa derrota nas eleições presidenciais de ontem da  extrema direita, em França, a Europa ressurge com as cores azul, branco e vermelho, dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.





Pelo menos, há esperança no horizonte  no renascer da Europa como foi idealizada pelos seus criadores.

Em vez de uma loura falsa, hipócrita e agressiva (Le Pen), os franceses, que nunca foram parvos, digam o que disserem deles, elegeram Emmanuel Macron, o mais jovem presidente até hoje, que independentemente dos partidos que o apoiam ( ele diz-se «independente centrista»), é um homem culto e moderno, filho de dois médicos formados a pulso nos tempos em que estudar era só para alguns privilegiados.



Há de novo esperança / l' espoir para a Europa, para todos nós, que tão desiludidos andamos da velha política do «salve-se quem puder» e de «cada um por si». E de guerras e lutas que nada resolvem.


«Allons enfants de la Patrie...»...
Vive la France!!

domingo, 30 de abril de 2017

POrto Santo



A fuga

Deste inóspito frio
Quero apenas fugir
Para tão longe
Que nunca mais possa voltar
Fujo para todo o sempre
Deste inverno impiedoso
Que me destrói e gela até aos ossos.


Quero apenas existir
Naquela formosa ilha amena
porto santo de pequenas colinas
praias afáveis de águas límpidas
Para todo o sempre





sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

2017: O ano de todas as (des)esperanças


O ano 2016 já lá vai. Todos são unânimes em dizer que foi um ano péssimo, a desilusão é grande, as crises sucedem-se desde há onze anos pelo menos (não deviam de ser só dez anos?), o nível de vida baixou assustadoramente, ao invés do desemprego e de outras desgraças económico-sociais que aumentaram e que continuam a aumentar, estatísticas e marketing à parte!

Violência, guerra, terrorismo, actos gratuitos de crueldade contra o seu semelhante caracterizaram o mundo em 2016 e as primeiras horas de 2017.

Hoje é o sexto dia do mês de Janeiro, muita coisa aconteceu já em 2017, na vida de cada um. Coisas alegres, coisas tristes, boas e más, como sempre. Continuemos a lutar por um mundo melhor, cada um a seu modo. Este é o meu, o das palavras simples e concretas. 



2017
E o ano lá vai entrando

Ao som de foguetes

Muitos fogos

Muitas panelas a bater

Muita gente que pula e dança

Nas ruas até ao amanhecer.



Como se não houvesse amanhã

Como se as guerras deixassem de se fazer

Como se os atentados deixassem de acontecer

Como se todos os refugiados, todas as vítimas

De todas as guerras e violências

Estivessem de novo em casa

Sentados na  sala a sorrir e a brincar

Com os filhos que não morreram afinal

Naquele imenso mediterrâneo sangrento.

Fugir pelo mar quando a terra lhes é roubada…



E o ano lá vai chegando

Chuvoso triste e nevoento.

                                                   Janeiro 2017


sábado, 19 de novembro de 2016

«O Piano» de Isabel del Toro Gomes



O piano


Ao longe, num palco qualquer

Alguém o piano tocava

E eu ouvia

Aqui à espera sentada.

A concertista

Fazia exercícios rápidos

E os seus dedos mágicos

Eram como crianças endiabradas

Aos saltos.

O piano cantava

A música rodopiava

O mundo como que parava

E eu aqui sentada

Ouvia e lia poesia.






sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Até já Leonard Cohen


Leonard Cohen morreu às primeiras horas de hoje, dia 11 de Novembro.
Mas será para sempre lembrado com o seu sorriso enigmático e pensativo, com os seus poemas e as suas canções que parecem embalar-nos numa voz paternal e quente.
Até já Leonard Cohen.



Suzanne

Suzanne takes you down to her place near the river
You can hear the boats go by
You can spend the night beside her
And you know that she's half crazy
But that's why you want to be there
And she feeds you tea and oranges
That come all the way from China
And just when you mean to tell her
That you have no love to give her
Then she gets you on her wavelength
And she lets the river answer
That you've always been her lover
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that she will trust you
For you've touched her perfect body
With your mind

And Jesus was a sailor
When he walked upon the water
And he spent a long time watching
From his lonely wooden tower
And when he knew for certain
Only drowning men could see him
He said "All men will be sailors then
Until the sea shall free them"
But he himself was broken
Long before the sky would open
Forsaken, almost human
He sank beneath your wisdom like a stone
And you want to travel with him
And you want to travel blind
And you think maybe you'll trust him
For he's touched your perfect body
With his mind
Now Suzanne takes your hand
And she leads you to the river
She is wearing rags and feathers
From Salvation Army counters
And the sun pours down like honey
On our lady of the harbour
And she shows you where to look
Among the garbage and the flowers
There are heroes in the seaweed
There are children in the morning
They are leaning out for love
And they will lean that way forever
While Suzanne holds the mirror
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that you can trust her
For she's touched your perfect body
With her mind


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

«Montanha Russa» de Isabel del Toro Gomes

Gerês

Montanha Russa

Cada dia é uma montanha
Que temos de escalar pedra a pedra
E depois descer com mil cautelas
Montanha russa na Feira da Vida
Subimos e descemos
Choramos e rimos
Juramos que nunca mais repetimos
Mas sempre de novo somos atraídos
Já estamos cansados, exaustos
Corpo dorido, pés sofridos
Mas continua a ser preciso
Escalar a montanha do riso.

                                                                                  anos 90



Este foi um dos poemas publicados na antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea, Volume VI, coordenada por Ângelo Rodrigues, da Editorial Minerva

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

«Flicts» de Ziraldo


A poucos dias de se poder ver a maior Lua dos últimos 70 anos (segunda feira dia 14 de Novembro), recordemos Ziraldo (escritor, desenhista e cartoonista brasileiro) que que escreveu um livro dedicado às crianças, editado pela primeira vez em 1969.
Flicts conta a história de uma cor diferente, que não consegue se encaixar no arco-íris, nas bandeiras, em lugar nenhum, e que ninguém reconhece nem dá valor. Ao longo do livro, Flicts vai-se conformando com a sua situação, pensando ser inferior às outras.


Ziraldo transmite-nos, afinal, a mensagem de que todos merecem ser respeitados tal como são e que todos merecem o seu lugar no mundo, por mais diferentes que sejam.
E Flicts também encontra o seu lugar: a Lua.
Editado no mesmo ano em que o Homem chegou à Lua pela primeira vez, Flicts é uma daquelas obras que resistem ao passar do tempo e das luas.


Este foi o primeiro livro infantil de Ziraldo e o sucesso foi tanto que mudou a vida do autor, que continuou a escrever histórias como O Menino Maluquinho, A Menina Nina e Turma do Pererê.
Enquanto não lêem estes fantásticos livros (que belo presente de Natal!), podem ver este vídeo feito a partir de Flics.

https://www.youtube.com/watch?v=L-J6nQUmnuo