Para a Manuela e todos os meus primos da Bahia
Lembranças de Salvador da Bahia
Em Salvador da Bahia
Mergulha-se o corpo todo no passado
Feito de pedras antigas e gastas
De ladeiras onde uma imensa gente fervilha
No velho Pelourinho animado
Onde tambores rufam infernais
Antecipando alegres carnavais
Em Salvador da Bahia
Vai-se entrando por todo o lado
Perscrutando todos os recantos
Como se estivéssemos
Num mundo que nos pertence
Como se todo aquele encanto
Fizesse parte da gente
Em Salvador da Bahia
Dentro de nós há magia
Em Salvador da Bahia
Vai-se entrando pelos grandiosos portões
Das mil e uma igrejas de portas abertas
Olhos nas imagens resplandecentes
Na talha barroca nos muitos dourados
Nos tetos pinturas quadros jarras
Ouro e prata doutros tempos
Paredes e muros de azulejo português
Branco dos altares e das bahianas
Santo António São Domingos
Muitos Santos muitos Cristos
Nossas Senhoras e Virgens
E por fim Nosso Senhor do Bonfim
Decorado de mil fitinhas de todas as cores
Como as gentes de Salvador
Em Salvador da Bahia
Os dias são abafados, mornos
As noites quentes e há festivais
Todo o mundo tocando e cantando
No meio da multidão nos botecos
Nas ruas vende-se de tudo
Acarajé batapá picolé de tapioca
Latões sorvetes cocos aos montões
Matando a nossa sede insaciável de mais e mais
Em Salvador da Bahia
Assiste-se com devoção ao pôr do sol
No Farol da Barra
O Sol que se despede no mar
Da Baía de Todos os Santos
Ali é o lugar dos adoradores do sol.
Do começar e do acabar
Naquela terra de Salvador
Que acolheu os nossos antepassados
Ficamos exaustos, corpos suados
Deslumbra-nos o azul do céu e do mar
Do outro lado do Equador
Comemos banana de água, goiaba, mamão,
Maracujá, sapota, eu sei lá
Vemos dançar capoeira
Ouvimos o som do berimbau
E voltamos de lá metade bahianos
Que saudades
Eu parti eles ficaram
Naquela terra de contrastes
De tristezas e de alegrias.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Melhorou o ensino em Portugal?
Melhorou o ensino em Portugal?
Foram recentemente publicados os relatórios sobre as provas de aferição de Matemática e de Língua Portuguesa do 1º e 2º ciclos, realizadas pelos alunos do 4º e 6º anos em 2011, em Portugal.
Na prova de Língua Portuguesa, realizada pelos alunos do 4.º ano do 1.º ciclo, a "Leitura" é o domínio que apresenta a percentagem mais alta, com 56% dos alunos a obterem um máximo de sete respostas corretas num total de onze itens avaliados. "Expressão Escrita" aparece do outro lado, ou seja, como a área com resultados mais baixos com uma média global de 34% de respostas totalmente corretas. O "Conhecimento Explícito da Língua" apresenta uma percentagem média global de 58% de respostas totalmente corretas.
Perante estes resultados, poderíamos pensar que os alunos estão a ir melhor preparados para o 2º ciclo, o que na realidade é uma total falsidade. A cada ano que passa, os alunos, salvo raras exceções, chegam ao 2º ciclo sem conhecimentos nenhuns, mal preparados na escrita e na leitura, sem regras de conduta, cada vez mais indisciplinados, desatentos, sem hábitos de trabalho, etc, etc.
A conclusão a que se chega, mais uma vez, é que estas provas de aferição, a forma como são elaboradas com perguntas cada vez mais facéis e os critérios de avaliação que são impostos aos professores que as corrigem (coitados deles!) são uma completa perda de tempo e uma forma que o ME e o GAVE arranjaram para «taparem o sol com a peneira», disfarçarem os verdadeiros males do ensino e ficarem muito satisfeitos com os 50 e tal por cento de respostas certas.
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