terça-feira, 10 de setembro de 2019

Mural na estação ferroviária de Entrecampos


Lancei-me à descoberta dos murais de arte urbana na estação de Entrecampos e este foi o 1º que descobri, realizado pelas pessoas que constam nesta lista.




Lisboa continua a ser coberta com o papel de parede mais cool: a arte urbana. 



O mais recente projecto da Galeria de Arte Urbana (GAU) teve o cunho de quatro mulheres artistas que deixaram a sua marca na Estação Ferroviária de Entrecampos – numa parceria com as Infraestruturas de Portugal. “A Lata Delas” foi entregue a Tamara Alves, Margarida Fleming, Patrícia Mariano e Maria Imaginário, que reproduziram o cenário de uma autêntica galeria com as obras das quatro artistas – cada uma com estilos distintos.












Percorra a estação que tem vários quadros isolados ao longo de vários muros. O difícil é encontrá-los Estes, estão todos num mural que se encontra numa rampa de saída, a pé.

sábado, 31 de agosto de 2019

Para os amantes dos gatos - Editora Cristalina




Este post é, como é óbvio, para aqueles que gostam de gatos.
Tenho um pequeno livro chamado Para os amantes dos gatos, que contém citações de vários autores sobre estes felinos domesticados pelos homens.
Ou, terá sido o contrário, conforme diz Marcel Maus?

O gato é o único animal que conseguiu
domesticar o homem. 

Marcel Maus ( 1873-1950)



O gato representa a lua pela variedade
da sua pelagem, pela sua atividade nocturna
e pela sua fecundidade.

Plutarco (46 - 125)


Ainda que os gatos sejam criaturas bastante delicadas,
expostas a muitas enfermidades, nunca ouvi
falar de um gato que padecesse de insónias.

Joseph Wood Krutch (séc. XIX)


O funcionamento dos gatos parece
fundamentar-se no princípio de que nunca
prejudica pedir o que se deseja.

Joseph Wood Krutch (séc. XIX)


segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Street Arte Carnide - Bairro Padre Cruz

Arte Urbana no Bairro Padre Cruz

A arte urbana  sempre me atraiu a atenção, mesmo quando ainda não sabia quem eram os autores daqueles desenhos nem o que os levava a desenhar e pintar coisas tão bonitas em paredes degradadas de prédios à espera de demolição, ou em muros ou em qualquer local desconhecido ou escondido.
Era original, davam cor às ruas, alegravam as pessoas que passavam e paravam um pouco para as admirar. Que o tempo moderno nunca é muito, todos correm apressados para qualquer lado, mas alguém há-de parar e admirar a obra.





mercado de Carnide


De 24 de Junho a 31 de Julho de 2016 tiveram lugar cerca de 30 intervenções no espaço público do Bairro Padre Cruz resultantes de um projeto apresentado pela associação Crescer a Cores, que foi apoiado pela Câmara de Lisboa.



Cada uma das intervenções foi sempre precedida de um forte envolvimento dos moradores, numa interação com os artistas convidados.



Natália Correia


Bordalo II - escultura com restos de um carro 


De Amor nada Mais Resta que um Outubro


De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.

Natália Correia, in “Poesia Completa”

terça-feira, 30 de julho de 2019

Sidónio Muralha




Sidónio Muralha (Lisboa, 29 de julho de 1920 - Curitiba, 8 de dezembro de 1982) foi um escritor português
Escreveu poesia, prosa (ficção e ensaio), bem como literatura infantil, género no qual mais se notabilizou.


Escrito por Sidónio Muralha, ilustrado pelo jovem Júlio Pomar (então com 23 anos) e com adaptação musical de Francine Benoit, o livro conheceu a sua primeira edição em 1949.



Há um bichinho de conta que conta que um sapo sapinho, que até era doutor, ficou com a cabeça tonta! Um papagaio que é membro da academia da ilustre bicharada, por ser mestre em banzé, um pato marreco, grande malandreco que engole tudo o que tem ao pé, um cãozinho que cabe na mão e ainda os macacos dos cacos (ou os cacos dos macacos). De trás para a frente,  tudo isto e muito mais, sabiam avós e pais!


E talvez por isso,  bichos, bichinhos e bicharocos, ainda que privados da parte musical, viram-se reeditados em 1977.



E a menina que via a estrelinha todas as noites a passear... certamente na rua das violetas, onde morava a joaninha do vestido de bolinhas pretas... volta a encantar.


Poemas de bichos simples, toleirões, pedantes ou ignorantes...tudo muito actual! Num fantástico jogo de palavras quase sempre rimado, são, afinal, como todos nós, que os sabemos de cor e salteado!


Talvez seja esse o segredo de bichos, bichinhos e bicharocos, recentemente reeditado (com os três poemas musicados por Francine Benoit a poderem ser ouvidos pela primeira vez em CD) pela mão da Editora Althum. 




Bichinho de conta
conta…
E o bichinho de conta
contou
que um dia
se enrolou
e parecia
um berlinde pequenino
de tal maneira
que um menino
de brincadeira
com ele jogou…

Bichinho de conta
conta…
E o bichinho de conta
contou.



quarta-feira, 17 de julho de 2019

Formas de arte na Nazaré


Fui revisitar a Nazaré, que por ser um local tão perto de Lisboa e de paisagens tão belas e imensas se torna quase esquecido.
Parece que em Agosto não cabe lá nem mais uma agulha em palheiro, mas no mês de Julho estava com o movimento que todos querem para embelezar a paisagem e para o turismo.



Estivemos no Hotel da Nazaré, o 1º ali a ser construído, edificado nos anos esperançosos de 1960, com obras de madeira sofisticadas, pinturas e esculturas e, sobretudo, uma sala no 4º piso  para refeições, com uma vista espectacular sobre o casario e o mar.



Pena ainda estar a aguardar por algumas obras no piso de cima, que o tornará mais turístico ainda e mais caro, certamente.




Actualmente, existem hotéis e casas para alugar para todos os gostos e bolsas, o que, se melhora a oferta turística, torna a Nazaré num mar de gente.


Gostei de tudo, menos das sardinhas doces, que são só palha e sem nada lá dentro. Para doces regionais, deviam ser melhor confecionados.
Aqui ficam um pouco das formas de arte que por lá se podem encontrar, sendo a principal a paisagem.



domingo, 7 de julho de 2019

«Passeio da manhã» de Isabel del Toro Gomes




Passeio da manhã

Se num dia de sol



me perguntassem



o que queria ser



se pudesse escolher



diria que apenas queria



ser uma simples lagarta



para me poder transformar



numa bela borboleta cor-de-laranja

e pelos ares esvoaçar…

Se pudesse escolher
diria que apenas queria ser
a flor mais simples
que nasce no campo
branca, amarela, lilás…


Ah, se pudesse escolher
diria que queria viver
num jardim com os outros seres
A crescer, a voar até
Simplesmente tudo acabar.


segunda-feira, 1 de julho de 2019

O mar as dunas as rochas, de Isabel del Toro Gomes





O Mar as dunas as rochas



A minha cama

É o mar.

Adormeço ao sabor

Das ondas

Acordo no embalo
Dos seus braços.


Passo os meus dias

A olhar o verde

O azul, o  cinza cor de areia.

Caminho na sua espuma

Gravo os meus passos nas dunas.




No seu fundo deserto

Mergulho  sonhos, ilusões

Deixo o meu rastro

De alegrias, tristezas, emoções

Nas suas escarpas rochosas.




Abandono o meu ser

E minha alma no areal

Abandono o meu corpo

Por fim

Nos lençóis do infinito.

E então sonho amar.