quarta-feira, 17 de julho de 2019

Formas de arte na Nazaré


Fui revisitar a Nazaré, que por ser um local tão perto de Lisboa e de paisagens tão belas e imensas se torna quase esquecido.
Parece que em Agosto não cabe lá nem mais uma agulha em palheiro, mas no mês de Julho estava com o movimento que todos querem para embelezar a paisagem e para o turismo.



Estivemos no Hotel da Nazaré, o 1º ali a ser construído, edificado nos anos esperançosos de 1960, com obras de madeira sofisticadas, pinturas e esculturas e, sobretudo, uma sala no 4º piso  para refeições, com uma vista espectacular sobre o casario e o mar.



Pena ainda estar a aguardar por algumas obras no piso de cima, que o tornará mais turístico ainda e mais caro, certamente.




Actualmente, existem hotéis e casas para alugar para todos os gostos e bolsas, o que, se melhora a oferta turística, torna a Nazaré num mar de gente.


Gostei de tudo, menos das sardinhas doces, que são só palha e sem nada lá dentro. Para doces regionais, deviam ser melhor confecionados.
Aqui ficam um pouco das formas de arte que por lá se podem encontrar, sendo a principal a paisagem.



domingo, 7 de julho de 2019

«Passeio da manhã» de Isabel del Toro Gomes




Passeio da manhã

Se num dia de sol



me perguntassem



o que queria ser



se pudesse escolher



diria que apenas queria



ser uma simples lagarta



para me poder transformar



numa bela borboleta cor-de-laranja

e pelos ares esvoaçar…

Se pudesse escolher
diria que apenas queria ser
a flor mais simples
que nasce no campo
branca, amarela, lilás…


Ah, se pudesse escolher
diria que queria viver
num jardim com os outros seres
A crescer, a voar até
Simplesmente tudo acabar.


segunda-feira, 1 de julho de 2019

O mar as dunas as rochas, de Isabel del Toro Gomes





O Mar as dunas as rochas



A minha cama

É o mar.

Adormeço ao sabor

Das ondas

Acordo no embalo
Dos seus braços.


Passo os meus dias

A olhar o verde

O azul, o  cinza cor de areia.

Caminho na sua espuma

Gravo os meus passos nas dunas.




No seu fundo deserto

Mergulho  sonhos, ilusões

Deixo o meu rastro

De alegrias, tristezas, emoções

Nas suas escarpas rochosas.




Abandono o meu ser

E minha alma no areal

Abandono o meu corpo

Por fim

Nos lençóis do infinito.

E então sonho amar.

















domingo, 30 de junho de 2019

Dança tradicional da Tailândia por Land of Arts


Dança de galhos prateados e dourados

Viagem até à Tailândia e as suas danças, no Museu do Oriente.
Ótimos dançarinos e danças mararvilhosas.



quarta-feira, 26 de junho de 2019

Canção da Borboleta de Eugénio de Andrade

Aqui fica um belo poema de um dos meus poetas preferidos, ilustrado com borboletas fotografadas por mim. 
Sempre me fascinaram estes pequenos e secretos seres alados, e dedico agora algum do meu tempo livre a fotografá-las e a conhecê-las melhor. 

Vanessa-dos-cardos

Canção da Borboleta

Borboleta, borboleta,
flor do ar,
onde vais, que me não levas?
Onde vais tu, Leonoreta?

Malhadinha


Vou ao rio, e tenho pressa,
não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá,
que já deve ter florido.


Leonoreta, Leonoreta,
que me não levas contigo.


                                        Eugénio de Andrade


cauda-de-andorinha







sábado, 22 de junho de 2019

Os livros



Sobre os livros escreveu assim Emily Dickson ((Amherst, 10 de dezembro de 1830 - 15 de maio de 1886) , poetisa americana que viveu grande parte da sua vida tendo como companhia os livros da biblioteca dos pais, com quem viveu sempre, juntamente com os irmãos.


Não há fragata que chegue a um livro
Para nos levar a léguas de distância,
Nem corcel que chegue a uma página
De impaciente poesia.
É também uma viagem para os mais pobres
Sem a prepotência da portagem;
Como é modesta a carruagem
Que transporta a alma humana.

Se ando a ler um livro e ele torna todo o meu corpo tão frio que parece que nunca lume algum poderá, alguma vez, voltar a aquecê-lo, sei que é poesia. Se eu sinto, fisicamente, como se o alto da cabeça me estivesse a ser arrancado, sei que é poesia. São estas as duas maneiras de que disponho para o saber. Haverá outras?

A verdade é uma coisa tão rara, é delicioso dizê-la.

Descubro o êxtase vivendo - a simples sensação de viver, é alegria pura,

                                                                                             Emily Dickson, Bilhetinhos com Poemas








quarta-feira, 19 de junho de 2019

Ponte Vasco da Gama




A Ponte Vasco da Gama é a mais bela ponte de Portugal (na minha opinião), a mais longa da Europa Ocidental e uma das mais extensas do mundo (12,3 Km de comprimento).
Lembro-me bem de quando estava em construção, em 1998, dos acidentes que houve (a morte de um dos engenheiros principais, duma criança que morreu afogada numa poça), da feijoada que fizeram aquando da sua inauguração, enfim, das críticas que gerou, como tudo neste país.



Agora ali está ela em frente às minhas janelas, sem a poder ver no entanto, por ter outro prédio-gigante em frente.
Quando se ilumina à noite então fica magnífica, o que só acontece nos dias festivos. Andamos pela rua e, de repente, aparecem aqueles veleiros brancos como navios fantasmas.
Gosto de fotografá-la e de imaginar que vou viajar atravessando-a rumo ao sul. 
O pensamento e a imaginação podem sempre viajar mais que o corpo, por vezes já cansado.




Pela grande ponte se chega
Pela grande ponte se parte
A viagem é longa
Como um belo dia de sol
Que nunca acaba.