Recordando José Cid, nesta bela canção:
Vivias no nosso tempo
Num quarto andar de uma velha mansarda
Recordando José Cid, nesta bela canção:
Vivias no nosso tempo
Num quarto andar de uma velha mansarda
Azul e verde
Gostava de poder deixar
Os meus olhos aqui
Quando partisse para outro lado
Ficavam assim como estou agora
A olhar os campos, o céu e o mar
Espantados de tanto ver
Ofuscados de tanto ser
Ficariam aqui fixos no céu alto
Perdidos no mar que brilha
De tons verdes em ritmo de azul...
E para onde quer que eu fosse
Caminharia às cegas pelas ruas
E só veria as coisas belas
Em fundo azul e verde.
Maria Isabel
Esteva
Floriu efémera a flor da esteva
já seu esplendor é quase um fenecer.
Branca e breve a brisa a leva
e dela fica um verso por escrever.
Miguel Alegre
«Alentejo e Ninguém»
Ed. Caminho
Eu
vivo com tantos sonhos
Que não vou conseguir realizar
São
tantos sonhos e tantos
Dariam
para mil anos contar
Sonho
a dormir ou ao acordar
Sonho
em silêncio, sonho a falar
Enfim, estou sempre a sonhar!
6/9/96
O Poder
Cada vez acredito menos
Nos «grandes homens» !
Cada vez acredito mais
No
poder dos homens simples
Que
constroem as casas
E
fazem as estradas
Que
lavram os campos
E
deitam a semente à terra!
Só
acredito nas mulheres simples
Que
criam os filhos,
Por
eles sofrem cheias de amor
Com
mãos calejadas limpam as casas
Que colhem os frutos e o que brota do chão
Que dia
e noite tratam de tudo.
Só
os simples, homens ou mulheres
Têm
o poder de criar
De
dar a vida
E
de encher o mundo
De
coisas belas!
Maria Isabel
Junho/96