terça-feira, 30 de julho de 2019

Sidónio Muralha




Sidónio Muralha (Lisboa, 29 de julho de 1920 - Curitiba, 8 de dezembro de 1982) foi um escritor português
Escreveu poesia, prosa (ficção e ensaio), bem como literatura infantil, género no qual mais se notabilizou.


Escrito por Sidónio Muralha, ilustrado pelo jovem Júlio Pomar (então com 23 anos) e com adaptação musical de Francine Benoit, o livro conheceu a sua primeira edição em 1949.



Há um bichinho de conta que conta que um sapo sapinho, que até era doutor, ficou com a cabeça tonta! Um papagaio que é membro da academia da ilustre bicharada, por ser mestre em banzé, um pato marreco, grande malandreco que engole tudo o que tem ao pé, um cãozinho que cabe na mão e ainda os macacos dos cacos (ou os cacos dos macacos). De trás para a frente,  tudo isto e muito mais, sabiam avós e pais!


E talvez por isso,  bichos, bichinhos e bicharocos, ainda que privados da parte musical, viram-se reeditados em 1977.



E a menina que via a estrelinha todas as noites a passear... certamente na rua das violetas, onde morava a joaninha do vestido de bolinhas pretas... volta a encantar.


Poemas de bichos simples, toleirões, pedantes ou ignorantes...tudo muito actual! Num fantástico jogo de palavras quase sempre rimado, são, afinal, como todos nós, que os sabemos de cor e salteado!


Talvez seja esse o segredo de bichos, bichinhos e bicharocos, recentemente reeditado (com os três poemas musicados por Francine Benoit a poderem ser ouvidos pela primeira vez em CD) pela mão da Editora Althum. 




Bichinho de conta
conta…
E o bichinho de conta
contou
que um dia
se enrolou
e parecia
um berlinde pequenino
de tal maneira
que um menino
de brincadeira
com ele jogou…

Bichinho de conta
conta…
E o bichinho de conta
contou.



quarta-feira, 17 de julho de 2019

Formas de arte na Nazaré


Fui revisitar a Nazaré, que por ser um local tão perto de Lisboa e de paisagens tão belas e imensas se torna quase esquecido.
Parece que em Agosto não cabe lá nem mais uma agulha em palheiro, mas no mês de Julho estava com o movimento que todos querem para embelezar a paisagem e para o turismo.



Estivemos no Hotel da Nazaré, o 1º ali a ser construído, edificado nos anos esperançosos de 1960, com obras de madeira sofisticadas, pinturas e esculturas e, sobretudo, uma sala no 4º piso  para refeições, com uma vista espectacular sobre o casario e o mar.



Pena ainda estar a aguardar por algumas obras no piso de cima, que o tornará mais turístico ainda e mais caro, certamente.




Actualmente, existem hotéis e casas para alugar para todos os gostos e bolsas, o que, se melhora a oferta turística, torna a Nazaré num mar de gente.


Gostei de tudo, menos das sardinhas doces, que são só palha e sem nada lá dentro. Para doces regionais, deviam ser melhor confecionados.
Aqui ficam um pouco das formas de arte que por lá se podem encontrar, sendo a principal a paisagem.



domingo, 7 de julho de 2019

«Passeio da manhã» de Isabel del Toro Gomes




Passeio da manhã

Se num dia de sol



me perguntassem



o que queria ser



se pudesse escolher



diria que apenas queria



ser uma simples lagarta



para me poder transformar



numa bela borboleta cor-de-laranja

e pelos ares esvoaçar…

Se pudesse escolher
diria que apenas queria ser
a flor mais simples
que nasce no campo
branca, amarela, lilás…


Ah, se pudesse escolher
diria que queria viver
num jardim com os outros seres
A crescer, a voar até
Simplesmente tudo acabar.


segunda-feira, 1 de julho de 2019

O mar as dunas as rochas, de Isabel del Toro Gomes





O Mar as dunas as rochas



A minha cama

É o mar.

Adormeço ao sabor

Das ondas

Acordo no embalo
Dos seus braços.


Passo os meus dias

A olhar o verde

O azul, o  cinza cor de areia.

Caminho na sua espuma

Gravo os meus passos nas dunas.




No seu fundo deserto

Mergulho  sonhos, ilusões

Deixo o meu rastro

De alegrias, tristezas, emoções

Nas suas escarpas rochosas.




Abandono o meu ser

E minha alma no areal

Abandono o meu corpo

Por fim

Nos lençóis do infinito.

E então sonho amar.