domingo, 30 de junho de 2019

Dança tradicional da Tailândia por Land of Arts


Dança de galhos prateados e dourados

Viagem até à Tailândia e as suas danças, no Museu do Oriente.
Ótimos dançarinos e danças mararvilhosas.



quarta-feira, 26 de junho de 2019

Canção da Borboleta de Eugénio de Andrade

Aqui fica um belo poema de um dos meus poetas preferidos, ilustrado com borboletas fotografadas por mim. 
Sempre me fascinaram estes pequenos e secretos seres alados, e dedico agora algum do meu tempo livre a fotografá-las e a conhecê-las melhor. 

Vanessa-dos-cardos

Canção da Borboleta

Borboleta, borboleta,
flor do ar,
onde vais, que me não levas?
Onde vais tu, Leonoreta?

Malhadinha


Vou ao rio, e tenho pressa,
não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá,
que já deve ter florido.


Leonoreta, Leonoreta,
que me não levas contigo.


                                        Eugénio de Andrade


cauda-de-andorinha







sábado, 22 de junho de 2019

Os livros



Sobre os livros escreveu assim Emily Dickson ((Amherst, 10 de dezembro de 1830 - 15 de maio de 1886) , poetisa americana que viveu grande parte da sua vida tendo como companhia os livros da biblioteca dos pais, com quem viveu sempre, juntamente com os irmãos.


Não há fragata que chegue a um livro
Para nos levar a léguas de distância,
Nem corcel que chegue a uma página
De impaciente poesia.
É também uma viagem para os mais pobres
Sem a prepotência da portagem;
Como é modesta a carruagem
Que transporta a alma humana.

Se ando a ler um livro e ele torna todo o meu corpo tão frio que parece que nunca lume algum poderá, alguma vez, voltar a aquecê-lo, sei que é poesia. Se eu sinto, fisicamente, como se o alto da cabeça me estivesse a ser arrancado, sei que é poesia. São estas as duas maneiras de que disponho para o saber. Haverá outras?

A verdade é uma coisa tão rara, é delicioso dizê-la.

Descubro o êxtase vivendo - a simples sensação de viver, é alegria pura,

                                                                                             Emily Dickson, Bilhetinhos com Poemas








quarta-feira, 19 de junho de 2019

Ponte Vasco da Gama




A Ponte Vasco da Gama é a mais bela ponte de Portugal (na minha opinião), a mais longa da Europa Ocidental e uma das mais extensas do mundo (12,3 Km de comprimento).
Lembro-me bem de quando estava em construção, em 1998, dos acidentes que houve (a morte de um dos engenheiros principais, duma criança que morreu afogada numa poça), da feijoada que fizeram aquando da sua inauguração, enfim, das críticas que gerou, como tudo neste país.



Agora ali está ela em frente às minhas janelas, sem a poder ver no entanto, por ter outro prédio-gigante em frente.
Quando se ilumina à noite então fica magnífica, o que só acontece nos dias festivos. Andamos pela rua e, de repente, aparecem aqueles veleiros brancos como navios fantasmas.
Gosto de fotografá-la e de imaginar que vou viajar atravessando-a rumo ao sul. 
O pensamento e a imaginação podem sempre viajar mais que o corpo, por vezes já cansado.




Pela grande ponte se chega
Pela grande ponte se parte
A viagem é longa
Como um belo dia de sol
Que nunca acaba.






segunda-feira, 17 de junho de 2019

As trotinetes


Nos tempos idos da minha infância, a trotinete era um brinquedo para meninos ricos brincarem nos jardins, nos pátios, etc.
Eu não tive nenhuma, nem isso fazia parte dos meus sonhos.
Não tinha inveja dos miúdos que podiam ter essas coisas. Preferia subir a uma árvore do Parque Eduardo VII ou saltar de um muro alto que lá havia. A adrenalina construía-se.
Não sei se agora continua a ser assim, nestes tempos de materialismo e consumismo. 



Andar nestas tábuas de 2 rodas deve dar um gozo danado. Ontem lá vi passar uns tantos todos contentinhos no Parque das Nações. Gostava de lhes perguntar para onde iam, se precisavam mesmo de gastar dinheiro naquele «transporte» ou se o faziam só para se divertir. Enfim, estão no seu direito...O que não está certo é deixar a trotinete num local qualquer, bem no meio do caminho dos outros cidadãos.

Legislação precisa-se com urgência.


quinta-feira, 6 de junho de 2019

A profissão de escritor


Estou a ler o livro O que eu ouvi na barrica das maçãs, que consiste numa selecção das Crónicas que Mário Carvalho escreveu nos anos 80 e 90, no Jornal de Letras e no Público.
Vale a pena ler estas crónicas, não só pela sua qualidade mas também pela actualidade dos seus assuntos, mostrando como a História é cíclica e alguns autores proféticos.

Os que acreditam que a História nunca se repete têm aqui um bom exemplo do contrário, a História repete-se muitas vezes e quase de idêntica maneira.


Aqui fica uma pequena passagem:

O que leva uma pessoa  escrever, a querer ser escritor? Há resmas e resmas de depoimentos a propósito. Vão do solene, com o ridículo das pompas («ai, esta divinal missão»), ao jocoso e airado, com as ligeirezas da pusilanimidade («deu-me para aí»), passando pelo espírito interventor, com a incomodidade do suor militante(«isto é preciso é que…». A melhor resposta ainda me parece a de Guerra Junqueiro, no prefácio d' A Velhice do Padre Eterno: Pela mesma razão por que o pinheiro faz resina, a pereira pêras e a macieira maçãs: é uma simples fatalidade orgânica.
(in Fatalidade Orgânica)

Nem mais, concordo plenamente.