Aqui há tempos, falava eu com um amigo médico, natural de Xangai, acerca da loucura dos regimes alimentares que invadiram o Ocidente. No vazio das observâncias de fé, o respeito pela dieta passou a ser a única religião. Uma religião tirânica, obsessiva, anti-social, em que a «terra prometida»
e a felicidade de uma saúde perfeita. «Não farão mal, perguntei-lhe, essas «dietas» devocionais», que, de um dia para o outro, levam as pessoas a comer coisas que nem sequer sabiam que existiam, privando-se de sabores deliciosos?
Mal?- respondeu ele. Fazem pessimamente. A boa comida, a comida que nos faz sentir bem, é a que comemos em crianças e nos fez crescer. Graças à sua memória, o corpo procura sempre esses sabores.
Não sei se o tal médico tinha razão, eu acho que sim. Peço, no entanto desculpa, àqueles cujos sabores da infância ou da juventude, não foram muito apreciados.
Em todo o caso, regimes não é comigo, pelo menos no Inverno.
Quando o bom tempo chegar, logo se vê…
Se emagrecer um pouco, ótimo, se não emagrecer, paciência.