sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

2017: O ano de todas as (des)esperanças


O ano 2016 já lá vai. Todos são unânimes em dizer que foi um ano péssimo, a desilusão é grande, as crises sucedem-se desde há onze anos pelo menos (não deviam de ser só dez anos?), o nível de vida baixou assustadoramente, ao invés do desemprego e de outras desgraças económico-sociais que aumentaram e que continuam a aumentar, estatísticas e marketing à parte!

Violência, guerra, terrorismo, actos gratuitos de crueldade contra o seu semelhante caracterizaram o mundo em 2016 e as primeiras horas de 2017.

Hoje é o sexto dia do mês de Janeiro, muita coisa aconteceu já em 2017, na vida de cada um. Coisas alegres, coisas tristes, boas e más, como sempre. Continuemos a lutar por um mundo melhor, cada um a seu modo. Este é o meu, o das palavras simples e concretas. 



2017
E o ano lá vai entrando

Ao som de foguetes

Muitos fogos

Muitas panelas a bater

Muita gente que pula e dança

Nas ruas até ao amanhecer.



Como se não houvesse amanhã

Como se as guerras deixassem de se fazer

Como se os atentados deixassem de acontecer

Como se todos os refugiados, todas as vítimas

De todas as guerras e violências

Estivessem de novo em casa

Sentados na  sala a sorrir e a brincar

Com os filhos que não morreram afinal

Naquele imenso mediterrâneo sangrento.

Fugir pelo mar quando a terra lhes é roubada…



E o ano lá vai chegando

Chuvoso triste e nevoento.

                                                   Janeiro 2017