O ano 2016 já lá vai. Todos são unânimes em dizer que foi um ano péssimo, a desilusão é grande, as crises sucedem-se desde há onze anos pelo menos (não deviam de ser só dez anos?), o nível de vida baixou assustadoramente, ao invés do desemprego e de outras desgraças económico-sociais que aumentaram e que continuam a aumentar, estatísticas e marketing à parte!
Violência, guerra, terrorismo, actos gratuitos de crueldade contra o seu semelhante caracterizaram o mundo em 2016 e as primeiras horas de 2017.
Hoje é o sexto dia do mês de Janeiro, muita coisa aconteceu já em 2017, na vida de cada um. Coisas alegres, coisas tristes, boas e más, como sempre. Continuemos a lutar por um mundo melhor, cada um a seu modo. Este é o meu, o das palavras simples e concretas.
2017
Ao som de foguetes
Muitos fogos
Muitas panelas a bater
Muita gente que pula e dança
Nas ruas até ao amanhecer.
Como se não houvesse amanhã
Como se as guerras deixassem de se fazer
Como se os atentados deixassem de acontecer
Como se todos os refugiados, todas as vítimas
De todas as guerras e violências
Estivessem de novo em casa
Sentados na sala a
sorrir e a brincar
Com os filhos que não morreram afinal
Naquele imenso mediterrâneo sangrento.
Fugir pelo mar quando a terra lhes é roubada…
E o ano lá vai chegando
Chuvoso triste e nevoento.