segunda-feira, 7 de julho de 2014

Cores da terra e da ria

 
Na Reserva natural da Ria Formosa, perto de Olhão
A natureza é formosa e pródiga
Para homens animais e plantas
Entre o verde das piteiras e dalguns barcos
O amarelo vivo das azedas
O rosa pintado dos figos maduros
E o azul doutros barcos da ria e do céu
Tudo se mistura e nos enche os olhos
Aqui tudo é um  mundo de sonho
De terra e de pedra e de areia
De pureza e de paixão.

sábado, 21 de junho de 2014

Cânfora, a magia do Oriente



Entrou hoje o verão pelas nossas casas, timidamente.
E muitos armários ainda estão por arrumar...pelo menos na minha casa, em obras de remodelação.
O que significa que as traças ainda podem andar à solta, bem escondidas por entre os tecidos ou lãs.
O melhor remédio, quanto a mim, ainda é a cânfora.
Desde que descobri os pacotinhos de cânfora, à venda em drogarias e até na loja do chinês   do meu sítio, não quero outra coisa. Um pacotinho, que custa 80 cêntimos, tem 4 pastilhas da mágica substância retirada da seiva da canforeira.
 
Uma em cada prateleira ou gaveta, adeus traças e fica no ar um cheirinho bom(desde que não se seja alérgico, claro).
Também é conveniente não deixar ao alcance dos animais, não vá o cão ou o gato gostar de comer  estas preciosas e mágicas pastilhazinhas.
 
 
 
O único inconveniente: as gavetas são muitas, nunca chegam os pacotes de cânfora que comprei e tenho de voltar à loja para comprar mais.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

«A Paixão...» de Al Berto




Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu em Coimbra em 11 de Janeiro de 1948, e morreu em Lisboa em 13 de Junho de 1997, de linfoma.

Relembrar Al Berto no dia em que faz precisamente 17 anos que morreu, é um bom motivo para este dia de Santo António.
Há os que nascem no dia deste santo casamenteiro, como Fernando Pessoa, e há os que morrem, como Al Berto. Nem um nem outro tiveram possibilidade de escolha, mas entre os dois há algo que os liga, a Poesia, a escrita e um santo. E provavelmente mais coisas...

A Paixão talvez seja a ausência de um corpo que desperta a intensidade da vida no interior doutro corpo; lugar onde a luz mal emergiu ainda, e as palavras se formam a partir de vestígios de silêncio...
Depois, a mão executa-as, mata-as um pouco ao alinhá-las sobre desertos brancos...

                                                                                                           Al Berto

Para verem o próprio Al Berto recitando os seus poemas na Casa Fernando Pessoa, é só clicar.

www.youtube.com/watch?v=iw6Ne1qZMsE


terça-feira, 10 de junho de 2014

« O Amor em tempos de cólera» de Grabiel Garcia Marquez


O Amor em Tempos de Cólera de Gabriel Garcia Marquez é um grande romance (371 páginas) de amor em que o autor prova que este sentimento é (e será sempre, digo eu) o grande motivo da vida universal, a energia maior que nos faz levantar todos os dias, capaz de vencer todos os obstáculos, nem que leve uma vida inteira.
 
A chama que temos de acender logo de manhã, e manter iluminada ao longo do dia. Contra tudo e contra todos!



O mesmo acontece com os manatins, esses belos e redondos animais que povoavam o rio Amazonas e alguns rios da América Latina!!



Até serem abatidos um a um, numa fúria criminosa dos caçadores que os matam a tiro, até ao extermínio quase total...


A união destes dois temas, o elogio do amor e a defesa da natureza, fazem deste livro um bom motivo para lhe dedicarmos muitas horas das nossas vidas.
 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

«Um rosto na cidade» de David Mourão-Ferreira




Sempre a poesia e os poetas, que nos salvam do efémero caótico do dia a dia a que nos querem condenar.
E as cidades que eles nos evocam, como Veneza (cidade a emergir da terra), Sevilha ou, noutra escala,  Aveiro,  também bela e pitoresca com os seus barcos e canais.
Os rostos, esses, continuam a passar pelas cidades, mas sem risos.
 
 
David de Jesus Mourão-Ferreira (1927/ 1996) 
 
 
 Veneza e as suas gôngolas
 
Um rosto na cidade



Um rosto   Uma cidade  
Um rosto sem nevoeiro
Acordas de manhã no golfo do meu ombro
E vem contigo a luz dos campi de Veneza
com a laguna ao longe e gôndolas na sombra
Um rosto   Uma cidade a espreguiçar-se ao vento
Luz de canais em torno   E de canais por dentro

Um rosto   Uma cidade  
E um rasto se adivinha
no riso de uma rua   à esquina de uma ruga
Nem vejo a tua boca   Um pátio de Sevilha
agradece em Agosto a chegada da chuva
Um rosto   Uma cidade a emergir da terra
Luz de pátio molhado   E de água na cisterna

                                                               David Mourão-Ferreira, in Matura Idade




Aveiro
De dia e à noite, com os seus  barcos moliceiros - 2004
 

sábado, 17 de maio de 2014

«É preciso avisar toda a gente...»



João Apolinário (Belas, Sintra, 1924 — Marvão, 1988) foi um poeta e jornalista português.
Combateu o fascismo tanto em Portugal como no Brasil, durante o tempo que aí esteve exilado. 
Colaborou em inúmeras publicações importantes nos dois países. É, no entanto, mais conhecido pelos seus poemas , musicados pelo filho João Ricardo e apresentados pelo conjunto Secos e Molhados.

Publicou ainda os livros Primavera de Estrelas, Apátridas, AmorfazerAmor, Poemas Cívicos e Eco Humus Homem Lógico, entre outros. Retornou a Portugal em 1975, após a Revolução dos Cravos. João Apolinário morreu a 22 de outubro de 1988, na pequena vila portuguesa de Marvão.
 
 
 
                              Urgente... Mais flores

É preciso avisar toda a gente
Dar notícia, informar, prevenir
Que por cada flor estrangulada
Há milhões de sementes a florir.

É preciso avisar toda a gente
Segregar a palavra e a senha
Engrossar a verdade corrente
De uma força que nada detenha.

É preciso avisar toda a gente
Que há fogo no meio da floresta
E que os mortos apontam em frente
O caminho da esperança que resta
É preciso avisar toda a gente
Transmitindo este morse de dores
É preciso, imperioso e urgente
Mais flores, mais flores, mais flores.
 
 
                              João Apolinário
 
 


sábado, 10 de maio de 2014

Abuso de poder e de liberdade


                                                                Luis de Stau Monteiro



Estava a ler a peça de teatro «Guerra Santa» de Luis de Stau Monteiro, que critica a ditadura de Salazar e a guerra colonial, quando,de repente, se fez luz e entendi finalmente o que se passou no nosso país nos últimos anos, principalmente nos da governação do XIX governo Constitucional.

É simples: houve alguns sujeitos mal formados que se aproveitaram das liberdades conquistadas pelo 25 de Abril, apropriaram-se de todos os direitos em seu próprio proveito e abusaram da própria Liberdade, que lhes foi fraternalmente concedida, para destruir um país.
Uns escalrachos, em última análise, ou seja, ervas daninhas e parasitas.




 
E ainda se dão ao desplante de dizer mal da Revolução de Abril de 74, ou de quem participou nela.
 
É por isso é que é bom ler!!