quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

«Lembranças de Salvador da Bahia» de Isabel del Toro Gomes

Para a Manuela e todos os meus primos da Bahia


                                          Lembranças de Salvador da Bahia





Em  Salvador da Bahia
Mergulha-se o corpo todo no passado
Feito de pedras antigas e gastas

De  ladeiras  onde uma imensa gente fervilha
No velho Pelourinho animado
Onde  tambores rufam infernais

Antecipando alegres carnavais





Em Salvador da Bahia
Vai-se entrando por todo o lado
Perscrutando todos os recantos

Como se estivéssemos 
Num mundo que nos pertence
Como se todo aquele encanto
Fizesse parte da gente 



Em Salvador da Bahia 

Dentro de nós há magia





Em Salvador da Bahia
Vai-se entrando pelos grandiosos portões
Das mil e uma igrejas de portas abertas
Olhos  nas  imagens resplandecentes

Na talha barroca nos muitos dourados
Nos tetos pinturas quadros jarras
Ouro e prata doutros tempos

Paredes e muros de azulejo português
Branco dos altares  e das bahianas
Santo António  São Domingos

Muitos Santos muitos Cristos
Nossas Senhoras e Virgens
E por fim Nosso Senhor do Bonfim
Decorado de mil fitinhas de todas as cores
Como as gentes de Salvador 




Em Salvador da Bahia
Os dias são abafados, mornos
As noites quentes e há festivais
Todo o mundo tocando e cantando
No meio da multidão nos botecos
Nas ruas vende-se de tudo
Acarajé batapá picolé de tapioca
Latões sorvetes cocos aos montões
Matando a nossa  sede insaciável  de mais e mais



Em  Salvador da Bahia
Assiste-se  com devoção  ao pôr do sol
No Farol  da Barra
O Sol que se despede no mar
Da Baía de Todos os Santos
Ali é o lugar dos adoradores do sol.
Do começar e do acabar



Naquela terra de Salvador
Que acolheu os nossos antepassados

Ficamos exaustos, corpos  suados
Deslumbra-nos o azul do céu e do mar 
Do outro lado do Equador
Comemos banana de água, goiaba, mamão,
Maracujá, sapota, eu sei lá
Vemos dançar capoeira 
Ouvimos o som do berimbau
E voltamos de lá metade  bahianos


Que saudades

Eu parti eles ficaram
Naquela  terra de contrastes
De tristezas e de alegrias.









segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Melhorou o ensino em Portugal?


Melhorou o ensino em Portugal?

 

Foram recentemente publicados os relatórios sobre as provas de aferição de Matemática e de Língua Portuguesa do 1º e 2º ciclos, realizadas pelos alunos do 4º e 6º anos em 2011, em Portugal.

Na prova de Língua Portuguesa, realizada pelos alunos do 4.º ano do 1.º ciclo, a "Leitura" é o domínio que apresenta a percentagem mais alta, com 56% dos alunos a obterem um máximo de sete respostas corretas num total de onze itens avaliados. "Expressão Escrita" aparece do outro lado, ou seja, como a área com resultados mais baixos com uma média global de 34% de respostas totalmente corretas. O "Conhecimento Explícito da Língua" apresenta uma percentagem média global de 58% de respostas totalmente corretas.

Perante estes resultados, poderíamos pensar que os alunos estão a ir melhor preparados para o 2º ciclo, o que na realidade é uma total falsidade. A cada ano que passa, os alunos, salvo raras exceções, chegam ao 2º ciclo sem conhecimentos nenhuns, mal preparados na escrita e na leitura, sem regras de conduta, cada vez mais indisciplinados, desatentos, sem hábitos de trabalho, etc, etc.

A conclusão a que se chega, mais uma vez, é que estas provas de aferição, a forma como são elaboradas com perguntas cada vez mais facéis e os critérios de avaliação que são impostos aos professores que as corrigem (coitados deles!) são uma completa perda de tempo e uma forma que o ME e o GAVE arranjaram para «taparem o sol com a peneira», disfarçarem os verdadeiros males do ensino e ficarem muito satisfeitos com os 50 e tal por cento de respostas certas.