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quarta-feira, 4 de março de 2015

«Cantar de Emigração» de Rosália de Castro

 
 
Rosalía de Castro
 

Rosalía de Castro nasceu em Santiago de Compostela,  em Fevereiro de 1837, e morreu em Padrón, em Julho de 1885, com apenas 45 anos, tendo sido uma das mais importantes escritoras galegas.
Considerada como a fundadora da literatura galega moderna, 17 de Maio, Dia das Letras Galegas, é feriado por ser a data de edição da sua primeira obra em língua galega, Cantares Galegos.
 
Em tempos difíceis e de emigração, como são os nossos desde há uns anos até hoje (nada melhorou não, senhores, ao contrário do que dizem os ministros da propaganda), recordemos este belo poema e canto de dor, de partida e de saudade.
 
                                                                     Estátua de Rosalía de Castro, no Porto

Cantar de emigração
 
 
Este parte, aquele parte

e todos, todos se vão.

Galiza, ficas sem homens

que possam cortar teu pão

Tens em troca orfãos e órfãs

e campos de solidão

e mães que não têm filhos

filhos que não têm pais.

Corações que tens e sofrem

longas horas mortais

viúvas de vivos-mortos

que ninguém consolará.
 
Rosalía de Castro
                                                                  (Traducão de José Niza)


Adriano Correia de Oliveira foi o cantor português que melhor eternizou este poema. Uma grande voz para um grande poema.
Recordemos também, já agora,  esse magnífico canto-autor de poemas de protesto contra a desigualdade e a injustiça sociais de ontem e de sempre.