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terça-feira, 31 de julho de 2012

«Alegria Breve» de Vergílio Ferreira




Da minha língua vê-se o mar. 


Beirão, o universo de Vergílio Ferreira, como o de Aquilino, é rude e voluntaristicamente repassado de emoção sufocada, mortos sem sepultura na alma, infância apenas desaparecida do outro lado do mesmo muro. «A ternura é o mais difícil e enternecemo-nos tanto. Que é que me comove? Como uma árvore, às vezes penso, o homem pode subir alto, mas as raízes não sobem. Estão na terra, para sempre, junto da infância e dos mortos».

                                Eduardo Lourenço, in Prefácio de Alegria Breve


Expressão tão simples e bela da verdade da vida!
O nosso corpo vai crescendo em direção ao céu, mas o coração fica para sempre junto às nossas raízes, à nossa origem, ao início do mundo que é a infância. E os mortos nunca nos largam, são sempre um começar de novo.




quinta-feira, 22 de março de 2012

«Pensar» de Vergílio Ferreira



Muito conteúdo neste livro de Vergílio Ferreira ( para nos pôr a pensar e repensar!
Parece que anda um pouco esquecido, este grande escritor e filósofo...
Porquê? Como ele diz, não há razão para coisa nenhuma neste mundo, pelo que não ficaria o autor nada admirado.Mas não nos calaremos!

...Como em toda a obra de arte. Porque em toda ela o que em nós fica não é bem o que lá está, mas a alma que a fez ser e fica a ressoar em nós, mesmo quando já lhe esquecemos o motivo. Todo o destino humano se insere entre o «porquê» e o «para quê». Mas esses limites são os de uma liberdade que deseja cumprir-se.
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Resta apenas o que nos resta e é a evidência de que a vida humana é uma razão bastante na sua ausência de razão, para toda a falência de razões...............................................................
Não há pergunta sobre o para quê de uma flor que lhe tire o encantamento. O sentido do ser é o ser. E se nos calássemos?

                                           Vergílio Ferreira , «Pensar»