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sábado, 9 de janeiro de 2021

Passeriformes no inverno

 A um passarinho


Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis
Deixe-te de histórias
Some-te daqui.

Vinicius de Moraes



Este inverno de 2021 está a ser extremamente duro, com temperaturas mais baixas do que é costume no nosso país e noutros da Europa, com muita neve em vários locais, de norte a sul.

Mais uma dificuldade a juntar-se à pandemia do Covid 19, que está também a propagar-se cada vez mais. Um mal nunca vem só!

Penso muitas vezes  nos pequenos seres da natureza nestes tempos tão duros também para eles. Como se defendem os pequenos pássaros como os pardais, os chapins, etc, para se defenderem. Através da revista Wilder fiquei a conhecer algumas «técnicas» que eles têm para se defenderem.

Aqui ficam algumas:

Como é que as aves resistem à chuva e ao frio?

 

Com a chegada do Inverno muitas aves migram para África, mas outras permanecem nos locais onde nasceram, incluindo os pequenos passeriformes. João Eduardo Rabaça, da Universidade de Évora, explica como estas espécies fazem frente às temperaturas mais baixas.

O Inverno chegou e os dias ficam mais frios e chuvosos. Para os passeriformes, esta é uma altura “exigente”: “Noites longas e temperaturas baixas obrigam estas aves a encontrarem energia extra”, nota João Eduardo Rabaça, que é professor da Universidade de Évora e coordenador do LabOr – Laboratório de Ornitologia.

Estas pequenas aves dedicam-se a acumular “as reservas de gordura suficientes que lhes permitam sobreviver”, pelo que passam a maior parte do dia a comer. De acordo com o British Trust for Ornithology, os chapins-azuis (Cyanistes caeruleus) – que podemos observar em muitos espaços verdes, incluindo o Jardim Gulbenkian, em Lisboa – podem gastar cerca de 85% das horas de luz disponíveis num dia de Inverno em busca de alimento, refere este investigador.

Chapim-azul (Cyanistes caeruleus). Foto: Diogo Oliveira

Ao mesmo tempo, para os passeriformes em geral, o “revestimento plumoso permite a existência de bolsas de ar debaixo das penas, conferindo-lhes uma ajuda adicional para manterem o corpo quente.”  

Algumas espécies começam a preparar-se para a estação mais rigorosa do ano logo no Outono, como acontece com o pardal-comum (Passer domesticus), exemplifica. “Cresce-lhes uma penugem por baixo da plumagem principal aumentando o peso do revestimento do corpo em 70%! E assim asseguram uma melhor proteção térmica.”

Pardal-comum (Passer domesticus). Foto: Diogo Oliveira

Mas há ainda outras estratégias pouco conhecidas. Quando estão em actividade, a temperatura corporal das aves é superior à dos humanos, pois “ronda os 41ºC, embora haja variações.” No entanto, para enfrentarem noites mais frias, em algumas espécies a temperatura corporal chega a baixar 10ºC ou mais ainda – um processo designado por torpor ou heterotermia diária, adianta o investigador. “Desta forma, as aves conseguem economizar energia. O caso mais impressionante é de uma espécie de beija-flor que ocorre nos Andes e que durante a noite pode atingir uma temperatura corporal de 3,26ºC!”, revela o coordenador do LabOr. “É um exemplo extremo, mas é também um extraordinário exemplo da capacidade de adaptação destes animais.”   

Mais comum é a hipotermia regulada, que se traduz “numa redução da temperatura corporal mais modesta, normalmente à volta dos 5 a 6ºC.” Com este método, as aves precisam de muito menos energia para que o corpo regresse à temperatura “normal” quando chega a manhã.

Tordo-comum (Turdus philomelos). Foto: Diogo Oliveira

Mas apesar de estar mais frio por estes dias, a verdade é que “o Inverno no sul da Europa e em particular no nosso país é bastante ameno quando comparado com a realidade do centro e norte da Europa, por exemplo”. Por essa razão – lembra o investigador, que é também autor do livro “As aves do Jardim Gulbenkian” – são inúmeras as aves que no final do Verão deixam as regiões setentrionais para migrarem rumo a sul, onde vão permanecer durante a estação fria. É o caso por exemplo do lugre (Spinus spinus) e do tordo-comum (Turdus philomelos).


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

«Além Do Amor» de Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes (Rio de janeiro, 1913-Rio de janeiro 1980), mais conhecido pelas suas canções e pela sua voz sensual, foi muito mais do que um cantor. Foi diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. Poeta do amor, ficou conhecido como «poetinha», nome que lhe terá sido atribuído por Tom Jobim, com quem cantou e colaborou em muitas composições. Boémio inveterado, grande conquistador, casou nove vezes, sendo uma das suas esposas da Bahia. Por essa razão, viveu cerca de oito anos em Itabuã, mesmo em frente a esta bela praia. Daí ter cantado este local em «Viver em Itabuã», canção bem conhecida. A sua casa ainda lá permanece, sendo alvo de visitas de muitos turistas que aí se deslocam para verem o «paraíso» do poeta. Ao lado da casa, uma estátua de Vinicius sentado a uma mesa. O curioso é que, entretanto, os óculos de Vinicius desapareceram de cima da mesa.

 http://www.youtube.com/watch?v=jkll9eRXhfk

 

Além Do Amor

Vinicius de Moraes

Se tu queres que eu não chore mais
Diga ao tempo que não passe mais
Chora o tempo o mesmo pranto meu
Ele e eu, tanto
Que só para não te entristecer
Que fazer, canto
Canto para que te lembres
Quando eu me for
Deixa-me chorar assim
Porque eu te amo
Dói a vida
Tanto em mim
Porque eu te amo
Beija até o fim
As minhas lágrimas de dor
Porque eu te amo, além do amor!