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sexta-feira, 9 de julho de 2021

«Para ti meu amor» de Jacques Prévert (tradução de Zé Lima)




Para ti meu amor


Fui ao mercado dos pássaros

e comprei pássaros

para ti

meu amor

Fui ao mercado das flores

e comprei flores

para ti

meu amor 

Fui à feira das ferragens

e comprei cadeias

pesadas cadeias

para ti

meu amor

E depois fui à feira dos escravos

e andei à tua procura

mas não te encontrei

meu amor

Jacques Prévert




segunda-feira, 10 de setembro de 2018

«Déjeuner du matin» de Jacques Prévert


Jacques Prévert foi um grande poeta francês do séc.XX(1900-1977).
A sua 1ª colectânea de poesia, Paroles (1946) teve desde logo um grande sucesso, graças à sua linguagem familiar, sentido de humor, defesa da liberdade e jogos com palavras, do agrado do público em geral.
Alguns dos seus poemas passaram a ser estudados em todas as escolas francesas do mundo, nos Cursos de Letras, etc.
Além de poeta, Jacques Prévert criou e escreveu os roteiros e diálogos de grandes filmes franceses, de sátira  aos costumes e ao clero, realizados  em sua maioria por Jean Renoir e Marcel Carné.

Foi ainda compositor, tendo a canção Les Feuilles Mortes ficado universalmente famosa na interpretação de Yves Montand (e de muitos outros cantores).


https://www.youtube.com/watch?v=Xo1C6E7jbPw




Nos meus tempos idos de estudante,  comecei a ler os poemas de Jacques Prévert, que me encantavam pela sua simplicidade de expressão e de forma e , ao mesmo tempo, profundidade de emoções que transmitiam.
Um dos que nunca esqueci, é o famoso


Déjeuner du matin
 



Il a mis  le café
dans la tasse
Il a mis le lait
Dans la tasse de café
Il a mis le sucre
Dans le café au lait
Avec le petit cuiller
Il a tourné
Il a bu le café au lait
Et il a reposé la tasse
Sans me parler
Il a alumé
Une cigarrette
Il a fait des ronds
Avec la fumée
Il a mis des cendres
Dans le cendrier
Sans me parler
Sans me regarder
Il s'est levé
Il a mis
Son chapeau sur la tête
Il a mis
Son manteau de pluie
Parce qu'il pleuvait
Il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder
Et moi j'ai pris
Ma tête dans ma main
Et j'ai pleuré.

O poema declamado pelo próprio Jacques Prévert: