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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

 



E assim tudo começou.

Num jardim perto de casa, este pequenino ninho continua agarrado ao ramo escolhido para ser construído e para ser o lar e a continuação da espécie dos pássaros que o fizeram. E com sucesso, porque há já vários anos que lá está.

Pequeno mas firme.




O pequeno ninho cá continua

Há vários anos, é um segredo

Nenhuma tempestade o destruiu

Ninguém o viu ou derrubou

Foi obra feita com amor

O aconchego da pequenina ave

Que tremendo, enfim voou.





quinta-feira, 8 de outubro de 2020

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

«Outubro» de Isabel del Toro Gomes

 


Outubro

Chegou outubro

De mansinho,

Pé ante pé

Como que a fingir

Que ainda é verão

Que ainda é tempo

De aproveitar o sol e a vida

Que temos à mão.



quarta-feira, 23 de setembro de 2020

«Os Pardais» de Isabel del Toro

 




Os Pardais


Quem não gosta dos pardais?

São pequenos, rápidos e muito curiosos

Pardais dos telhados tão frágeis

E maravilhosos

Pardais comuns com o seu babete escuro




Não há avezinha mais vulgar
No nosso planeta
E no entanto, tristemente
Estão a desaparecer
Aos milhões.






quinta-feira, 17 de setembro de 2020

«Música no lago» de Isabel del Toro Gomes















Chuva a meio de Setembro, tempo de vindimas e de tantos outros trabalhos rurais, pode não ser do agrado de todos.

Mas que ela é necessária num ano de seca como foi este 2020, é verdade.

A Terra fica de certeza agradecida, por isso nós devemos também agradecer em nome do nosso Planeta.


Música no lago

 

Pingos de chuva

Despertam o lago

E o jardim

É chuva de verão.

 

Há alvoroço e confusão

Corridas passos apressados

Baloiços vazios.

 

Todos se refugiam

Debaixo dos telheiros

Tlim tlim tlim

E fica-se a ouvir assim

A chuva cristalina  de verão.

 

Há música no lago

E em mim.

 

Isabel del Toro Gomes




sábado, 11 de abril de 2020

«As palavras mal soam» de Isabel del Toro Gomes



No 30º dia de Quarentena devido ao Covid 19 e à beira de um ataque de nervos, pois a situação sanitária e o nº de mortos em Portugal continua assustadora e a respectiva sanidade mental é cada vez mais difícil de manter, aqui fica mais um excerto de um poema meu. 
Foi escrito noutras circunstâncias de angústia, mas adapta-se às actuais.


As palavras mal soam
Na minha memória
Longínquas e esquecidas
Qual viajante peregrino
Em busca do seu caminho
Por entre as urzes perdidas.

Isabel del Toro Gomes



terça-feira, 7 de abril de 2020

«Dia tristonho e cinzento» de Isabel del Toro Gomes



Dia tristonho e cinzento.
Mesmo assim mais um dia de vida com poesia. 
Com uma cesta de flores deslumbrantes, oferecidas pelo marido num dia.

Dia tristonho e cinzento
Onde foram parar
Os dias felizes de outrora?
Nada deles parece restar
Para além das belas paisagens
Dos postais ilustrados.
E de nós só parece ter ficado
Este pobre retrato desarticulado.





sábado, 4 de abril de 2020

«Ilha do Pessegueiro» de Isabel del Toro Gomes



Ilha do Pessegueiro


Nesta ilha - paraíso

Já não há nenhum pessegueiro



De dia

Apenas aves

Céu e paisagem



À noite

Promessas de mil estrelas e astros

Sobre o mar



Aí volvemos

Ao princípio dos tempos

Somos Adão e Eva



Comemos maçãs
Corremos saltamos

Somos companheiros

Inseparáveis e felizes.

Isabel del Toro Gomes
23 de Julho 2005


terça-feira, 31 de março de 2020

«Sonhos» de Isabel del Toro Gomes


«A neve» de Isabel d.T.Gomes

Hoje, último dia do mês de Março deste fatídico ano de 2020, foi-se o sol e veio o frio, a chuva e a neve.
Para nos deixar ainda mais tristes e desmoralizados.
Como se costuma dizer:  «Não há mal que venha só».
Resta-nos a esperança, como sempre.


Sonhos

Toda a gente podia
Ouvir os pássaros a cantar
Nos campos ou até nas cidades...
Mas só alguns os ouvem.
Toda a gente podia
Observar a forma das nuvens
Admirar uma flor
Refrescar-se à sombra duma árvore
Correr na areia da praia
Sentir o sol, passear à chuva...
Todos nós podíamos versejar
Sobre as coisas simples da vida
Transformar as tristezas em rimas
E as alegrias em poemas.






quinta-feira, 26 de março de 2020

«Os Palhaços» de Isabel del Toro Gomes



Os palhaços

Bem haja
A todos os palhaços
Que nos divertiram

Quando éramos crianças


Ao palhaço rico
E ao palhaço pobre
Que nos ensinaram
Que a vida deve ser assim
Fazendo da tristeza alegria
Transformando a dor em esperança.


Isabel del Toro Gomes


sábado, 21 de março de 2020

«Muitas primaveras....» de Isabel del Toro Gomes


Em tempo de primavera e de Covid 19.
A luz e a alegria que contrastam com a escuridão e a tristeza.
Cuidem-se bem. 


Muitas primaveras 
Passaram por mim
E um dia por fim
Renasci
Na mesma cidade


De novo o mar
O rio e o jardim
A luz o calor e o frio
O mundo todo!



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Uma praia só para mim



Quem não deseja uma praia só para si? 
Sonhar é isso mesmo. 
Quando era um «pouco» mais nova, ia a correr para a praia de manhã e à tarde, nunca me cansava, havia praias com areal sem fim, conchas de todas cores e tamanhos, caracóis do mar, búzios pequeninos que caminhavam no fundo da maré quase vazia (na praia de Santa Cruz e Ericeira), um nunca mais acabar de bicharada.

Tempos que já lá vão, infelizmente.
A certa altura, comecei a trazer uma concha ou uma pedra de cada praia onde ia, e aí começou mais uma coleção.
Aqui ficam algumas delas e um poema que escrevi sobre o mar.





Eu queria tanto

Ter só para mim

Uma praia de areias finas e brancas

De águas límpidas e azuis

Com rochedos altos e escarpados...

A maré baixa

Deixaria nas suas grutas

Búzios, caracóis do mar

Caranguejos e peixes de mil cores

Que não fugiriam de mim

E ficaríamos para sempre

Todos juntos a brincar.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Outono de Isabel del toro Gomes





Outono





Já é Outono na natureza

Choram as árvores em silêncio

Porque não querem ficar nuas

Choram as nuvens em cordões

Porque têm saudades do mar

As flores entristecem


E as borboletas desaparecem

Os verdes ficam castanhos e amarelos

Murcham os enamorados corações

Cheira a vindimas a fruta e a marmelos

As folhas secas rodopiam pelo chão

Tudo muda e fica mais frio

É o Outono em toda a sua beleza.










domingo, 7 de julho de 2019

«Passeio da manhã» de Isabel del Toro Gomes




Passeio da manhã

Se num dia de sol



me perguntassem



o que queria ser



se pudesse escolher



diria que apenas queria



ser uma simples lagarta



para me poder transformar



numa bela borboleta cor-de-laranja

e pelos ares esvoaçar…

Se pudesse escolher
diria que apenas queria ser
a flor mais simples
que nasce no campo
branca, amarela, lilás…


Ah, se pudesse escolher
diria que queria viver
num jardim com os outros seres
A crescer, a voar até
Simplesmente tudo acabar.